A produção mato-grossense de biodiesel pode promover um incremento de 50% no esmagamento de oleaginosas nos próximos cinco anos. É o que apontam as projeções do Observatório da Indústria, da Fiemt e da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), apresentadas ao governador Mauro Mendes.
“O governador concorda em nos apoiar para elevar o percentual do biodiesel na mistura do diesel, que hoje está em 11% e vai chegar a 15% até 2023. Precisamos trabalhar para que não pare por aí, para que possamos continuar evoluindo com esse percentual até onde for possível tecnicamente”, apontou o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, considerando que é essencial para Mato Grosso a construção de um plano de desenvolvimento estratégico voltado ao setor de biocombustíveis. “O setor de biocombustíveis é de extrema importância para a estratégia de crescimento de Mato Grosso. Temos a matéria-prima, temos o know-how, temos instituições sólidas para a qualificação de pessoas. E temos todo o interesse em mostrar para o mundo o quanto nos preocupamos com a sustentabilidade – uma preocupação real, com os pés no chão, calcada na busca pelas melhores práticas de conservação ambiental, desenvolvimento social e crescimento econômico”, acrescentou.
Atualmente, apenas um terço da produção de soja mato-grossense é esmagada no Estado. Mas há projeções de aumento no volume em função da evolução do nível de biodiesel na mistura do diesel. Com isso, aumenta também a produção de farelo, o que é especialmente interessante dada a provável elevação do limite de aquisição do farelo de soja brasileiro pela China.
Outra oportunidade para o setor é a elevação do percentual de etanol adicionado à gasolina. Os projetos em andamento do setor sucroenergético para os próximos anos passam de R$5 bilhões em investimentos, grande parte em usinas de etanol de milho ou híbridas.
Tanto no caso do diesel quanto da gasolina, cada litro de combustível vegetal adicionado à mistura significa um litro a menos de combustível fóssil queimado. Além de mais poluentes, os combustíveis fósseis são mais caros e, em grande parte, importados.
Atualmente, Mato Grosso tem 18 unidades industriais de processamento de oleaginosas, com capacidade de processamento de 11,4 milhões de toneladas. São mais 4,4 mil empregos diretos, que se refletem em mais de 13 mil indiretos. É a maior capacidade de processamento do Brasil.
Esse processamento vem crescendo desde 2016, evidenciando que empresas estão produzindo mais. Com o uso da capacidade de processamento em níveis elevados, chegando a 90%, fica evidenciado que o crescimento da demanda deverá resultar em novos investimentos em Mato Grosso – desde que o ambiente de negócios esteja positivo, de acordo com o presidente da Fiemt.
A informação é da assessoria da federação.