O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), falou abertamente sobre a possibilidade de não disputar a reeleição no ano que vem e confirmou, textualmente, que trata-se de um desejo da primeira-dama, Márcia Pinheiro, que estaria cansada da política e que enxerga um sacrifício em sua família, tornando-se a maior barreira para a continuidade. O comandante da capital disse que existem bons nomes em seu arco de aliança composto por 14 partidos, mas evitou citar nomes.
Emanuel contextualizou a situação lembrando seus 30 anos de carreira política e se colocou, ao lado do deputado Wilson Santos (PSDB), como a pessoa que mais disputou eleições em Mato Grosso. Isso teria tomado tempo da família e a cobrança chegou em sua casa. Segundo ele, não se trata de um blefe para despistar sobre os planos futuros.
“A primeira-dama não quer e isso tem um peso. São 30 anos, sete mandatos, de dez a 11 eleições. Se vocês olharem os que mais disputaram eleições no Estado, são Emanuel Pinheiro e Wilson Santos. Mais que Roberto França, que Júlio [Campos], que Jayme [Campos]e todos outros grandes ícones. É muita eleição e isso sacrifica minha vida. Eu disputaria mais 50 eleições, mas isso afeta a família. Não é uma jogada e estou tornando público este problema”, declarou.
Apoiado por 14 partidos, Emanuel disse que, caso opte mesmo por não disputar a reeleição, vai comunicar seu grupo com antecedência para não deixar a “brocha nas mãos” dos companheiros na última hora e que pretende preparar um sucessor para o seu legado na administração da capital.
“Hoje, há cerca de um ano da eleição, digo que é mais fácil eu não ser candidato. Mas não vou deixar a brocha na mão dos meus companheiros em cima da hora. Não vou esperar um dia antes da convenção para dizer que não sou candidato. Quero preparar um perfil de candidato a prefeito e a vice, também na Câmara Municipal, para seguir este projeto e seguir este legado”, completou, sem citar nomes.
Conforme Só Notícias já informou, um grupo próximo a Emanuel Pinheiro defende que o prefeito recue da reeleição para ganhar fôlego e disputar o governo em 2022. A estratégia é aproveitar a boa avaliação de sua administração evitando possíveis desgastes em mais dois anos de condução no Palácio Alencastro.