O delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos Eduardo Muniz, concluiu o inquérito policial da enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, 43 anos, assassinada e jogada na tubulação nas proximidades do Centro de Eventos Dante de Oliveira. O inquérito será encaminhado ainda hoje ao judiciário. O marido de Zuilda, Ronaldo Rosa, 32 anos, e o policial militar Marcos Vinicius Pereira Ricardi, 26 anos, foram indiciados por feminicídio (que é o homicídio cometido contra mulheres motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero) e ocultação de cadáver.
O marido foi preso no último dia 11, no Camping Club. “Sou inocente”. Foi a única declaração que Ronaldo à imprensa deu ao ser conduzido à delegacia pelos investigadores que o prenderam. Os investigadores monitoraram ele por cerca de 10 horas e estavam com mandado judicial para prendê-lo. O policial foi o primeiro a ser preso e informou onde o corpo foi jogado.
O delegado Carlos Eduardo disse, anteriormente, que no interrogatório, o marido optou em permanecer em silêncio “que é um direito constitucional” mas que não há “nenhuma dúvida” quanto a autoria do crime, “os dois participaram, os dois estavam juntos” e também afirmou que “o fato da pessoa silenciar acaba dando valor ao que o outro falou”. “Por enquanto a motivação é aquela que foi repassada anteriormente”, “uma série de discussões entre autores e vítimas e essas discussões teriam levado a esse fato brutal que é morte da Zuilda”, emendou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, Ronaldo estava com outro carro, que foi apreendido. “Ele trocou de veículo visando se furtar da ação policial. Ele cometeu diversas ações que nos mostraram que queria se furtar dessa ação. A partir do momento que nós chegamos a conclusão que ele estaria envolvido neste fato, ele fugiu do trabalho policial e dessa forma, inclusive, foi um movimento importante dele para que saísse a prisão preventiva”. “O fato de estar em um bairro onde não estava normalmente isso já demonstra para nós que ele fugiu de todo e qualquer trabalho policial e, quando a pessoa foge, é um dos pressupostos da prisão preventiva”.
O soldado confessou ter participado do espancamento que resultaram na morte de Zuleide. Ele acusa Ronaldo de também cometido as agressões. O policial relatou em depoimento que a enfermeira foi dominada, em sua caminhonete, próximo de casa. “As agressões pesadas teriam partido de Ronaldo e a vítima teria apagado ali e, a princípio, estaria morta. A ideia do local (onde o corpo foi jogado), segundo ele, teria sido do Ronaldo e teria ido junto mas a ação em si teria sido do Ronaldo”, detalhou o delegado. “Eles (Zuilda e o marido) enfrentavam problemas de relacionamento”. “O policial teria sido convidado pelo marido e a ação não deu certo”.
Ronaldo, marido de Zuilda, tinha um ponto de venda de espetinhos, no centro da cidade, e o policial trabalhava fazendo entregas. Inicialmente, de acordo com o que o delegado apontou, a tentativa seria dar um susto na enfermeira simulando tentativa de assalto e a situação teria saído do controle.
Zuilda trabalhava em um hospital e no espetinho, desapareceu em 27 de setembro, data que foi assassinada. O corpo foi encontrado após o soldado apontar onde foi jogado. Mas a água das chuvas levou o corpo até o córrego – cerca de 700 metros onde foi jogado.