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Mais de 58% da renda dos mato-grossenses é para morar e comer, diz IBGE

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Redação Só Notícias (foto: assessoria/arquivo )

Famílias que recebem até dois salários mínimos (R$ 1.908) gastam mais da metade da renda com habitação e alimentação. Em Mato Grosso, os gastos com esses itens essenciais consomem 58,1% dos rendimentos mensais. Entre aquelas que têm maior poder aquisitivo (acima de 25 salários mínimos) essas despesas são menores e representam 26,7% da renda mensal. Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e se referem ao ano de 2018.

O estudo aponta que as famílias de menor renda destinam até 91,4% dos ganhos para despesas de consumo, enquanto as famílias mais ricas, com renda acima de 25 salários mínimos, destinam 61,9% dos rendimentos para as mesmas despesas, sobrando mais dinheiro para outros gastos e investimentos. “Quem é assalariado e não tem casa própria, trabalha só para comer, pagar aluguel, energia e água. A conta de luz já está vindo muito caro. Dá para se manter, dividindo as despesas, mas não muito bem”, confidencia a auxiliar de serviços gerais Solange Conceição da Silva, 45, que tem renda mensal familiar média de 3 salários mínimos. Só as despesas com alimentação abocanham cerca de um terço da renda familiar.

Já o servidor público Weslei Oliveira, 45, divide as despesas com a família que soma 4 pessoas com renda total de 16 salários mínimos. No caso deles, o gasto maior é com saúde, em convênios médicos e remédios. Essas despesas levam cerca de 30% da renda por mês. O servidor público reconhece que a família vive melhor que a maior parte da população brasileira. “Com o que eu recebo dá para viver, vivo bem e ainda cuido dos meus pais, mas também não sobra nada no fim do mês”, confessa.

De acordo com a pesquisa do IBGE, as famílias que têm renda de até dois salários consomem 18,1% da renda com alimentação; 40% com habitação (que inclui aluguel, condomínio, energia, entre outros); 11,1% com transporte; 6,8% com assistência à saúde; e 1,1% com educação. Já as de maior renda (acima de 25 salários) gastam 8,6% com alimentação; 18,1% com habitação; 16,9% com transporte; 6,4% com saúde e 3,3% com educação.

No país, a situação não é muito diferente. Somados, alimentação e habitação representam 61,2% das despesas das famílias com menores rendimentos. Entre aquelas mais abastadas, a participação dessas despesas na renda é de 30,2%. Para o economista Jonil Vital de Souza, as diferenças no consumo também demonstram como os mais pobres, proporcionalmente, pagam mais impostos. “A tributação no Brasil é no modelo regressivo.

Paradoxalmente paga mais impostos quem ganha menos, porque os nossos impostos são cobrados, principalmente, sobre o consumo de produtos e não sobre a renda. Tudo que se compra tem imposto embutido, embora não vejamos”. Segundo ele, o peso da carga tributária reduz o poder de compra das famílias mais pobres.

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