A Polícia Civil de Barra do Garças (550 km de Cuiabá) apreendeu uma carga de 17 toneladas de materiais de construção, adquiridas em uma loja na cidade com cartões de crédito clonados, totalizando R$ 61,2 mil. A loja de materiais de construção, que ainda desconhecia o golpe, foi advertida a não entregar outra compra feita pela quadrilha de estelionatários no valor de R$ 42 mil.
Segundo o delegado Wilyney Santana Borges, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Barra, a ação policial evitou um prejuízo inicial de R$ 103,3 mil. As investigações iniciaram quando recebeu a informação que a quadrilha de estelionatários estava adquirindo materiais em uma empresa e para pagar repassava dados de cartões de crédito clonados de outras pessoas terceiros. Os estelionatários parcelavam a compra e diziam que a mercadoria seria retirada na loja.
Para não chamar atenção dos vendedores, os estelionatários informaram que haviam recebido como herança uma fazenda situada no município de Água Boa, e que reformariam as instalações já existentes, necessitando assim de quantidade expressiva de material de construção. Para finalizar a compra, eles repassavam os dados dos cartões de crédito para a empresa e, após a aprovação das vendas, entravam em contato com caminhoneiros que fazem frete na cidade de Barra do Garças, contratando o serviço. Quando a mercadoria era retirada da loja, em tese para ser levada até Água Boa, os golpistas novamente entravam em contato com o caminhoneiro que havia retirado os materiais, dizendo que seria necessário fazer o transbordo da mercadoria para outro caminhão, pois seguiriam a outro destino diverso do que constava na nota fiscal.
As mercadorias eram colocadas no outro caminhão, ainda em Barra, em uma rua com pouco movimento, próximo ao fórum. A quadrilha entrava em contato com outros motoristas que fazem frete em Goiânia (GO) para fazer o transporte. Quando chegava na capital goiana, os falsários diziam para o caminhoneiro que seria necessário fazer o transbordo da mercadoria para outro caminhão, que seguia para local ainda ignorado.
Segundo o delegado Wilyney Borges, a princípio, os caminhoneiros contratados para também foram enganados pela quadrilha, que comandava todas as ações por meio de telefonemas e aplicativos. Foi apurado que nem os vendedores e os caminhoneiros tiveram contato físico com o suposto dono da mercadoria.
Os investigadores descobriram que o grupo criminoso já tinha conseguido comprar, mês passado, a quantia de R$ 216 mil em mercadorias na mesma empresa e já retiraram os produtos da loja, causando prejuízo financeiro que poderão recair sobre a empresa de material de construção ou da administradora de cartões de crédito, pois os titulares dos cartões, ao receberem as faturas, vão contestar as compras.
As investigações apuraram que entre as vítimas que tiveram seus cartões de crédito clonados está um magistrado da área criminal de São Paulo. Segundo apurado pela Polícia Civil, os estelionatários pretendiam comprar mais de R$ 1 milhão em mercadorias utilizando cartões clonados, golpe interrompido pela ação policial. A informação é da assessoria.