A partir de segunda-feira (16), haverá racionamento de água em Tangará da Serra. A medida foi anunciada, ontem, pelo diretor do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE), Wesley Lopes Torres, que divulgou o “Plano Estratégico de Distribuição Racional de Água Tratada no Período de Seca”.
Segundo o diretor, a estiagem severa que assola a região e toda o Centro Oeste do país tornou a medida inevitável. “Nosso grande problema á a falta de chuvas, e não há previsão para que elas aconteçam. Então, o racionamento é o que restou para enfrentarmos este período e evitar o desabastecimento”, disse Wesley, lembrando que a situação está amenizada pelas lagoas de reservação na Estação de Tratamento de Água (ETA) Queima Pé. “Estas lagoas nos dão, até agora, fôlego para enfrentar a falta de chuvas, mas elas têm um limite nas suas capacidades que está muito próximo”, observou.
Segundo a assessoria da prefeitura, Torres não esconde a preocupação com a falta de chuvas, comparando a situação atual com 2016 e 2002, anos marcados por crises hídricas. Ele destacou que previsões de chuvas em agosto e na semana da Pátria não se confirmaram e que as informações que chegam sobre precipitações pluviométricas são imprecisas. As últimas informações sobre possibilidades de chuvas que chegaram à autarquia apontam para meados de outubro e início de novembro.
Diante da situação extrema, o SAMAE dividiu a cidade por setores e, a partir de segunda-feira, fará o racionamento de água nos bairros de forma escalonada. Desta forma, os bairros abastecidos pela rede terão um dia com abastecimento por 24 horas e o dia seguinte sem abastecimento, havendo casos de intermitência (que podem ou não receber água).
A autarquia também reduzirá o volume de água tratada, passando de uma capacidade de tratamento e distribuição de água de 340 litros/segundo, para algo entre 250 e 280 litros/segundo. O objetivo, também de acordo com a assessoria, é diminuir a exigência sobre as lagoas e proporcionar maior reservação de água bruta.
Já os bairros servidos com poços artesianos – casos do Alto da Boa Vista e regiões do Atacadão, Vila Goiás e Valência – não serão submetidos ao escalonamento. “Isso não significa, porém, que estes bairros estejam livres de medidas de racionamento, já que a vazão dos poços também é impactada com a seca”, disse Torres.
Wesley ainda apelou à população por economia de água. Ele informou que o SAMAE realiza uma campanha de conscientização na mídia e nas redes sociais. Porém, haverá aplicação de multas em casos recorrentes de desperdício.
Tangará da Serra é uma das maiores cidades de Mato Grosso e tem a quinta maior população, com mais de 100 mil habitantes.