O ministro da Educação Abraham Weintraub criticou duramente e reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Myrian Serra. Em entrevista na tarde desta quinta-feira, durante visita a Cuiabá, o chefe da pasta pontou que as dificuldades enfrentadas pela unidade são frutos na má gestão da professora e não do contingenciamento de 30% no repasse do Executivo às instituições federais.
“Uma gestão ruim pode ter bilhões e terminar mal, como foi aqui. Como o programa de transporte (VLT), que foi um desastre, e a construção da Arena Pantanal, que foi um desperdício de dinheiro público. Para um gestor ruim, você pode dar o dinheiro que for que vai terminar em desastre”, atacou o ministro.
Em agosto, a UFMT teve a energia cortada por falta de pagamento. Na época, a reitora justificou que trâmites burocráticos impediram que a conta fosse quitada a tempo de evitar a suspensão no fornecimento. Para o ministro, a justificativa para o corte é outra e se resume à conduta da reitora. “Acho que a gestão da reitora fala por si. Não queria polemizar com a reitora, nem com a gestão dela. Quando houve o corte de energia, havia um ano e meio de conta atrasada. O recurso foi liberado e usado para pagar a conta de luz”, disse.
Não só o fornecimento de energia foi suspenso por falta de pagamento. Os vigias também fizeram protesto e ameaçaram greve, assim como os servidores da limpeza. Todos exigiam quitação dos salários atrasados. Sobre os repasses, o ministro pontuou que a contenção será diminuída esse mês e os recursos passarão a fluir em maior volume, o que irá ajudar na melhoria da situação da universidade.
“A Universidade de Mato Grosso vai se ajustar e ter um rumo muito melhor. Vamos começar a descontigenciar os recursos esse mês e isso vai começar a fluir, não houve no Brasil todo uma universidade fechada. O único caso de falta de luz durante 6 horas foi aqui e nós, do MEC, tivemos que intervir. O recurso será disponibilizado agora”, declara.
Essa semana, a reitoria anunciou que irá demitir servidores e promover outros cortes para manter o funcionamento. Conforme informações serão reduzidos os porteiros e vigilantes. A limpeza dos campus também terá menor frequência. O “Ligeirão”, ônibus que transporta gratuitamente os alunos dentro do campus de Cuiabá, será suspenso. Fazem parte dos itens suspensos o funcionamento do restaurante universitário durante as férias, envio de Sedex, ligações para celulares e interurbanos, assim como reformas e serviços de marcenaria.
“Ela está enfrentando uma dificuldade fruto da má gestão que ela mesmo fez ao longo desses mais de 3 anos em que ela está na reitoria. Não queria falar dela, entendo que é uma preocupação, é uma universidade importante . Eu gostaria de salientar, porque as pessoas não sabem disso, mas a Universidade Federal do Mato Grosso é o terceiro maior orçamento do Estado. Essa senhora administra um orçamento milionário. Não é pouco dinheiro que está na mão dela”.
Durante a visita, o ministro anunciou investimentos de R$ 13 milhões para Cuiabá, Várzea Grande e Lucas do Rio Verde. O investimento total de R$ 5 milhões na rede municipal da capital engloba transporte escolar, climatização de unidades educacionais e mobiliário.