O delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, Carlos Eduardo Muniz confirmou que requereu a reconstituição do assassinato da repositora Elida Cristina da Silva Fardin, 35 anos. A ação com a participação de investigadores e da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) está prevista para ocorrer nesta sexta-feira à tarde.
Elida ficou desaparecida, quase uma semana, e seu corpo foi encontrado na última sexta-feira (23), em uma vala, às margens de uma rua no bairro Setor Industrial Norte.
Conforme Só Notícias já informou, a justiça decretou a prisão preventiva do comerciante Leandro José Reis, 41 anos, que confessou ter matado Elida alegando que devia R$ 14 mil para o esposo dela.
Preso pela Polícia Civil, Leandro passou por audiência e o promotor Pompílio Paulo Azevedo Silva Neto apontou que o flagrante dizia respeito ao crime de ocultação de cadáver, mas que envolvia “prévio e recente homicídio, com indícios de autoria consistentes, inclusive confissão acerca dos dois fatos, com materialidade evidenciada”. Apontou ainda “violência concreta que afeta a ordem pública, resultando clamor social e manifestações em mídias sociais, dado o desaparecimento misterioso da vítima, encontrada depois em forma degradante”.
Já a defesa de Leandro defendeu pediu para que respondesse às acusações em liberdade, apontando que o comerciante é “profissional liberal que sustenta a família, com menor de tenra idade dependente, sendo que sua esposa exerce atividade econômica, mas sem ganho suficiente para tanto” e, apesar de reconhecer a comoção social, apontou que “a prisão preventiva não pode antecipar o cumprimento da pena”.
Mas o juiz Walter Tomaz da Costa. no entanto, “em casos dessa natureza, torna-se imprescindível a prisão preventiva do indiciado para acautelar a ordem pública”. Walter destacou ainda que “grave é a repercussão na comunidade que é ou deveria ser de gente ordeira e simples. O que até não exclui o flagrado. Mas o coloca em situação de severa exposição e violação da paz pública. Violência concreta, com ultraje e exposição degradante da vítima que causa repulsa e indignação da comunidade, que perplexa não entenderia a liberdade nas circunstâncias. Isso é afetação da ordem pública, de modo que a sociedade se apazigue com medida de rigor alicerçada na concretude da dura realidade em que os fatos se desenvolveram”.
O delegado Carlos Eduardo confirmou, anteriormente, Só Notícias, que o comerciante confessou o crime. “Conseguimos cruzar algumas incoerências na versão do suspeito, que, inicialmente, foi ouvido como testemunha. Algumas coisas não batiam com o que levantamos anteriormente. Quando confrontamos a versão (do acusado) pela primeira vez, ele conseguiu segurar. Mas trouxe outras incoerências que passamos a investigar. Por estas outras incoerências, o intimamos até a delegacia novamente e ele não encontrou outra saída, que não confessar o delito e apontar onde estava o corpo”, disse o delegado.
Leandro confessou à Polícia Civil que, na segunda-feira (19), por volta das 15h, a vítima foi até o pequeno restaurante dele, no centro, para cobrá-lo. Ele disse que se irritou e, em um momento de fúria, pegou uma corda de varal e enforcou Elida. Depois, embrulhou o corpo com sacos plásticos e fitas isolantes, e saiu para fazer compras. Cerca de três horas mais tarde, retornou para o local, colocou o cadáver no porta-malas do carro e levou até o Setor Industrial Norte (proximidades do kartódromo).
O comerciante detalhou ainda que havia relação de amizade e sociedade com Elida e o marido dela. Conforme o delegado, eles emprestavam dinheiro (e cobrando juros). “Seriam sócios nesta forma de se ganhar dinheiro. Como sociedade, tinham relacionamento de amizade também. Ele (Leandro) fala que, no momento da cobrança, era R$ 14 mil, mas tinham diversos negócios juntos. Possuíam diversas quantias emprestadas de um para o outro. Era uma forma de movimentar estes empréstimos”, explicou, anteriormente, o delegado.