A Polícia Civil informou, há pouco, que cumpriu três mandados de prisão preventiva contra um dos alvos da operação Coverage, realizada hoje juntamente com Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público Estadual, Promotoria Militar. “Os mandados foram cumpridos concomitantes as prisões efetuadas pelo GAECO, contra o tenente da Polícia Militar, Cleber de Souza Ferreira, por crimes de homicídios praticados em atividades típicas de grupo de extermínios, vinculados a inquéritos policiais da operação Mercenários, realizada em abril de 2016 pela Polícia Civil de Mato Grosso, que desarticulou uma organização criminosa responsável por homicídios sob encomenda, com fins financeiros, no município de Várzea Grande”, informa a assessoria.
“O tenente foi alvo também da operação Assepsia, deflagrada no dia 18 de junho, pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, para cumprimento de sete mandados de prisão e 8 ordens de busca e apreensão, relacionadas a investigação sobre a entrada de aparelhos celulares na Penitenciária Central do Estado (GCCO). Recentemente, a descoberta de uma pistola 9mm levou a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), a investigar a participação do tenente Cleber de Souza Ferreira, em crimes de homicídios ligados aos inquéritos da operação Mercenários”, acrescenta a Polícia Civil.
A arma foi encaminhada à Perícia Técnica e Identificação Oficial pela Polícia Militar, para exame de balística por conta de o tenente ter, em tese, efetuado um disparo de arma durante uma festa junina da Rotam, em 2018. Depois, em 2019, a DHPP pediu perícia em todas as armas calibre 9 mm, que tinham passado pela Politec, nos últimos dois anos, para conexão a eventuais crimes de homicídios. A Politec constatou em laudos periciais de balística a utilização da pistola em três homicídios consumados e quatro tentativas de homicídios, ocorridos entre os anos de 2015 e 2016.
“Nessa fase da investigação, a delegacia apurou que a arma pertencia ao tenente Cleber de Souza Ferreira, com registro no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma) na data dos crimes. No entanto, a apuração constatou dificuldade grande de conseguir documentações da procedência da arma. Quando da prisão do tenente na operação Assepsia, a GCCO verificou que havia diversas fraudes praticadas pelo tenente com objetivo de dar legalidade a uma arma 9mm, a mesma que foi descoberta recentemente vinculada aos inquéritos da operação Mercenário.
“Um dos homicídios ligados a pistola foi contra Elias Venâncio de Farias, morto a tiros no bairro José Carlos Guimarães, em junho de 2015. Os demais crimes, entre tentados e consumados, ocorreram em janeiro de 2016, e todos com apontamentos para uso da pistola. Diante da descoberta das fraudes, a Polícia Civil comunicou o Ministério Público Militar para as providências cabíveis relacionadas aos militares. Além do Cleber, a DHPP também cumpriu mandados de prisão contra Claudiomar Garcia de Carvalho e José Edimilson Pires dos Santos, ambos presos desde a primeira fase da operação Mercenários, em 2016”, conclui a assessoria da Polícia Civil.
De acordo com o Midia News, o desembargador Sebastião Barbosa Farias, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, acatou um habeas corpus e concedeu salvo-conduto proibindo a prisão do tenente-coronel Marcos Eduardo Paccola na operação deflagrada pelo Gaeco esta manhã. Conforme o habeas corpus, a prisão seria proveniente da notícia de que a perícia do telefone do tenente Cleber Ferreira, preso preventivamente na Operação Assepsia, traria prova material de ato ilegal cometido por Marcos Paccola. O desembargador entendeu que não havia motivos plausíveis para a prisão do militar, destacando ainda que ele prestou relevantes serviços à segurança de Mato Grosso