A deputada federal Rosa Neide (PT) reclamou da exposição pessoal a que ela e suas filhas sofreram esta semana em decorrência da Operação Fake Delivery, que na segunda-feira cumpriu mandado de busca e apreensão na sua casa, em Cuiabá, sob a suspeita de corrupção na Secretaria de Estado de Educação em 2014, quando ela era a titular da pasta. Em suas redes sociais, a petista disse que não questiona a investigação da justiça, mas pediu que sua vida privada seja preservada.
“O que a vida quer da gente é que tenhamos coragem. Vocês sabem o que eu estou passando de ontem [segunda] para cá. Não sei se todo mundo é capaz de ver sua vida pessoal sendo invadida e agredida. Expor minhas filhas e minha família a uma situação sem nenhuma necessidade. Como gestora pública, eu jamais iria colocar em dúvida o que a Justiça quer saber e como gestora sempre estarei à disposição para prestar qualquer esclarecimento. A vida de um gestor público se torna pública, mas a vida pessoal deve ser sempre preservada e respeitada”.
Rosa Neide acrescentou que, apesar do momento difícil, consegue enxergar pontos positivos nos apoios que, segundo ela, têm recebido. Ele ainda deixou subentendido que existem pessoas incomodadas com seu trabalho em favor dos trabalhadores.
“Mesmo passando por este momento muito difícil e por esta situação que não desejo a ninguém, sou muito grata a este momento que serviu para perceber o quanto sou respeitada e o quanto tenho amigos. Recebi muitas mensagens, muitos telefonemas e as palavras que mais me afetam diretamente são das pessoas me dizendo que confiam em mim e que sabem da minha luta. É isso que me faz continuar na luta e continuarei votando aqui na Câmara do lado dos trabalhadores. Se isso incomoda alguém, paciência”, enfatizou.
Conforme Só Notícias já informou, Rosa Neide também recebeu solidariedade do PT, cuja bancada na Câmara Federal repudiou, em nota, a busca e apreensão. A operação foi deflagrada na segunda de manhã e também o ex-secretário estadual adjunto de Administração Sistêmica, Francisvaldo Pereira de Assunção.
A Polícia Civil aponta que, “na investigação, há ainda outro indicativo de que materiais foram adquiridos já com o propósito criminoso de desviar o patrimônio público em benefício particular, vez que o próprio coordenador da Coordenadoria de Educação Escolar Indígena (2010-16) declarou que não lhe foi solicitado qualquer tipo de informação. Destaca-se a gravidade dos eventos criminosos, vez que cada recebimento irregular teria consumado um crime de peculato, ocorrendo, assim, 28 atos que indicam o delito em continuidade delitiva”.