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Expedição integrada por pesquisadores da UFMT descobre nova espécie de sagui na Amazônia

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Redação Só Notícias (foto: reprodução)

Uma expedição integrada por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) descobriu uma nova espécie de sagui no sudoeste do Pará. A área faz parte do arco do desmatamento da Amazônia brasileira, o que faz com que o “recém chegado” Sagui-dos-Munduruku (ou Mico Munduruku) já esteja ameaçado pelo desmatamento.

Os saguis-dos-Munduruku possuem cauda, mãos e face branca, parte posterior das costas bege-amarelada e antebraços brancos com manchas bege-amareladas nos cotovelos, características que a diferencia de outros saguis. “Ocorre exclusivamente no interflúvio Tapajós-Jamanxim, oeste do Pará, onde a biodiversidade é muito pouco estudada e a descoberta de uma nova espécie de primata evidencia este fato. Agora precisamos de novas pesquisas para entender aspectos como dieta, estrutura e organização social, sensibilidade à fragmentação e risco de extinção”, explica o professor Gustavo Canale, da UFMT Câmpus de Sinop.

Segundo a assessoria da UFMT, para diferenciar o sagui-dos-Munduruku das outras espécies já conhecidas pela ciência, foi utilizada uma abordagem integrativa, que considerou as características de coloração da pelagem, as relações filogenéticas com base em sequências de DNA genômico, e a distribuição geográfica.

O sagui-dos-Munduruku recebeu o nome científico de Mico munduruku em homenagem à etnia indígena Munduruku, que ocupa a região onde a espécie foi encontrada. De acordo com o professor Gustavo, tanto os saguis, quanto o povo Munduruku, encontram-se ameaçados pelo desmatamento e por empreendimentos hidrelétricos na região do interflúvio Tapajós-Jamanxim no sudoeste do Estado do Pará.

“A nova espécie foi descoberta na região conhecida como “Arco do Desmatamento”, assim denominada por se tratar da região Amazônica com maior taxa de desmatamento no Brasil, e uma das maiores taxas de perda de floresta do planeta. Esta região compreende o sul e sudoeste do Pará, Rondônia e norte de Mato Grosso, onde o agronegócio, a pecuária avançaram nas últimas décadas sobre floresta tropicais ricas em biodiversidade”.

As pesquisas que levaram à descoberta desta espécie foram lideradas pelos pesquisadores Rodrigo Costa Araújo e Tomas Hrbek do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia e Universidade Federal do Amazonas e contaram com a participação dos professores Gustavo Canale, da UFMT Câmpus de Sinop e Rogério Rossi, do campus Cuiabá, além de pesquisadores das universidades federais de Viçosa, Goiás, Rondônia, Instituto Mamirauá, University of Salford (Inglaterra) e Stony Brook University (Estados Unidos).

Essa foi a segunda espécie descoberta pelo grupo. Este ano, os pesquisadores encontraram uma nova espécie de macaco, em Alta Floresta. Batizada de Plecturocebus grovesi, em homenagem ao professor britânico Colin Groves, considerado uma das maiores autoridades mundiais em taxonomia de primatas, falecido em 2017, a espécie faz parte de um grupo de macacos conhecidos popularmente como sauás ou zogue-zogues. Ela pode ser encontrada na região do Pantanal, ao Norte de Mato Grosso e em toda a região Amazônica. Com um tamanho próximo ao de um macaco-prego, porém mais peludo e com cores mais vistosas, costuma se alimentar de frutos e insetos e são conhecidos por serem barulhentos.

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