O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse, esta tarde, que o governo federal liberou, na sexta-feira passada, dinheiro para a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) pagar quatro contas de 2018, duas deste ano e evitar o corte no fornecimento de energia. A instituição confirmou que todos os campus do Estado (Cuiabá, Sinop, Barra do Garças, Araguaia e Rondonópolis), além da Base de Pesquisa do Pantanal, ficaram às escuras desde o final da manhã.
“A gente chamou a reitora semana passada, a gente descobriu, ela não nos comunicou que tinha uma dívida grande com a empresa de luz. Soltamos, na sexta-feira, o dinheiro, que são R$ 4,5 milhões, está documentado, para quitar a conta de luz que, se não me engano, é de R$ 1,5 milhão. Pedi para ela, reiterei que ela me procurasse se tivesse qualquer problema. Hoje fui comunicado, não por ela, que faltou luz. Agora, o MEC está entrando com as medidas legais para que a luz seja religada, estamos verificando por que foi cortado, se não foi pago, etc”, disse.
“Isso é gestão, né. Simplesmente a universidade tem autonomia, que não deveria ser confundida com soberania, e fica essa situação, vamos dizer assim, mal explicada”, disse o ministro, em vídeo na rede social do deputado José Medeiros (Podemos) que disse ter procurado Weintraub em busca de explicação. Em outro trecho do vídeo, ele diz que “a reitora está há 3 anos no comando e tem mais um ano, foi indicada pela presidente Dilma”.
A universidade divulgou nota, no início da noite, afirmando que, após o repasse do MEC, foi até a concessionária para demonstrar o pagamento da fatura pendente, no valor de R$ 1,8 milhão. De acordo com a UFMT, o fornecimento de energia elétrica em todos os prédios da instituição no Estado foi reestabelecido no final da tarde.
A Universidade Federal de Mato Grosso tem mais de 26 mil acadêmicos. Conforme Só Notícias já informou, consta no relatório de gestão e prestação de contas da universidade que o valor real de gastos com energia elétrica em 2018 foi na ordem de R$ 15 milhões. Desse valor, não foram computados nos cálculos da execução mais de R$ 3,7 milhões que se referem ao somatório das faturas não pagas dos meses de outubro a dezembro de todos os campi. No ano passado, a energia elétrica foi responsável por 87% (R$ 11,2 milhões) dos gastos da UFMT, seguido de água e esgoto com 12% (R$ 1,4 milhão) e serviços de telecomunicações com 1% (R$ 182 mil).
Em Sinop, assim que foi suspensa a energia, acadêmicos e professores haviam acabado de operar um cachorro, no Hospital Veterinário. Sem a energia e o resfriamento necessário, remédios e produtos utilizados na unidade já estão sendo danificados. Os atendimentos já foram suspensos e os donos dos animais comunicados para buscá-los. A diretora da unidade médica da UFMT, Luanna Ferreira Fasanelo Gomes, disse que o corte de energia foi inesperado. “Trouxe grandes prejuízos. Nós tínhamos cirurgias de emergência, animais que estavam internados e em monitoramento. Tivemos que transferir esses animais para clínicas particulares . Foi uma correria muito grande. Temos medicamentos que estão sendo perdidos. O maior problema é que temos vidas em mãos”.
(Atualizada às 19h58)