Os campi da Universidade Federal de Mato Grosso em Sinop, Cuiabá e Barra do Garças tiveram a energia elétrica suspensa pela concessionária por falta de pagamento, hoje, por volta das 11h. De acordo com a instituição, estão atrasadas seis contas – quatro de 2018 e duas deste ano. As aulas foram suspensas.
Procurada por Só Notícias, a assessoria da UFMT não revelou o valor da dívida com a concessionária, mas informou que deve realizar uma reunião durante esta tarde e emitir um comunicado sobre os avanços e resultados das negociações para restabelecer a energia nas unidades de ensino.
Consta no relatório de gestão e prestação de contas da universidade que o valor real de gastos com energia elétrica em 2018 foi na ordem de R$ 15 milhões. Desse valor, não foram computados nos cálculos da execução mais de R$ 3,7 milhões que se referem ao somatório das faturas não pagas dos meses de outubro a dezembro de todos os campi. No ano passado, a energia elétrica foi responsável por 87% (R$ 11,2 milhões) dos gastos da UFMT, seguido de água e esgoto com 12% (R$ 1,4 milhão) e serviços de telecomunicações com 1% (R$ 182 mil).
O Ministério da Educação (MEC) informou, em nota, que o ministro Abraham Weintraub adotará medidas emergenciais para a “religação imediata” da energia elétrica na universidade. “O ministro irá ainda tomar as medidas cabíveis tanto administrativas como judiciais para a responsabilização dos envolvidos pela má gestão na UFMT”, diz nota. A Agência Brasil informa que “ao tomar conhecimento da situação na última quinta-feira (11), Weintraub chamou a reitora Myrian Serra ao ministério e autorizou o repasse de R$ 4,5 milhões para que a reitoria da UFMT, nomeada há três anos, quitasse a dívida das contas de luz. “Os valores, herdados no governo anterior, correspondem ao montante de R$ 1,8 milhão. A liberação do limite de empenho foi realizada na sexta-feira da semana passada com o compromisso da reitora para o pagamento imediato da referida dívida”, diz a nota do MEC.
Em Sinop, assim que foi suspensa a energia, acadêmicos e professores haviam acabado de operar um cachorro, no Hospital Veterinário. Sem a energia e o resfriamento necessário, remédios e produtos utilizados na unidade já estão sendo danificados. Os atendimentos já foram suspensos e os donos dos animais comunicados para buscá-los. A diretora da unidade médica da UFMT, Luanna Ferreira Fasanelo Gomes, disse que o corte de energia foi inesperado. “Trouxe grandes prejuízos. Nós tínhamos cirurgias de emergência, animais que estavam internados e em monitoramento. Tivemos que transferir esses animais para clínicas particulares . Foi uma correria muito grande. Temos medicamentos que estão sendo perdidos. O maior problema é que temos vidas em mãos”.
A UFMT tem mais de 26 mil acadêmicos nos cursos de graduação em todos os câmpus.