Deu Estados Unidos novamente. Neste domingo, a seleção norte-americana de futebol feminino conquistou a Copa do Mundo pela quarta vez, a segunda de maneira consecutiva, ao bater a Holanda por 2 a 0 no Parc Olympique Lyonnais, em Lyon, na França. Rapinoe, de pênalti, aos 15 minutos do segundo tempo, e Lavelle, aos 23 minutos da etapa final, marcaram os tentos.
Dessa forma, os EUA confirmam o favoritismo e conquistam o título pela segunda vez nas últimas três Copas (em 2011, a equipe foi derrotada pelo Japão na decisão). Já as holandesas, atuais campeãs europeias, ficam com o vice-campeonato em sua segunda participação em Mundiais.
Favoritas no duelo, as norte-americanas tiveram mais posse de bola desde o início, mas a Holanda fez jogo duro. Com uma defesa muito bem postada, o selecionado europeu conseguiu neutralizar a equipe adversária durante todo o primeiro tempo, com atuação de destaque para a goleira Van Veenendaal, que fez ao menos três grandes intervenções.
Na segunda etapa, contudo, as norte-americanas conseguiram abrir o placar aos 15, com Rapinoe, de pênalti, após lance analisado pelo VAR. A partir daí, os Estados Unidos foram completamente dominantes e, após ampliar aos 23 com Lavelle, ainda desperdiçaram ao menos três chances claras de gol, com direito a outras grandes aparições de Van Veenendaal.
A seleção norte-americana é conhecida por imprimir um ritmo alucinante logo no início da partida e, na maioria das vezes, inclusive abrir o placar antes dos 15 minutos de jogo. Quem esperava um grande desempenho ofensivo e quem sabe até uma bola na rede nos primeiros minutos, contudo, se decepcionou.
Os Estados Unidos começaram com linhas um pouco mais adiantadas, tendo mais a bola nos pés, é verdade, mas essa posse não se converteu em grandes chances de gol. As norte-americanas bem que tentavam, mas a Holanda apresentava uma consistência defensiva muito grande e, com linhas muito bem postadas, conseguiam anular as ações das adversárias.
Aumento do volume de jogo norte-americano e primeiras grandes chances
De tanto martelar, aos poucos os EUA passaram a criar chances de mais perigo. A primeira veio aos 27 minutos, após cobrança de escanteio ensaiada, quando Ertz chegou batendo uma bola que sobrou, e a goleira holandesa Van Veenendaal fez sua primeira importante intervenção na partida. Cena essa que se repetiria algumas vezes.
A partir daí, as atuais campeãs mundiais conseguiram aumentar muito seu ritmo de jogo, e passaram a assustar cada vez mais. Van Veenendaal, contudo, estava determinada em evitar que a Holanda sofresse gol, e assim foi. Aos 37 e aos 38, a arqueira europeia apareceu para fazer duas gigantes intervenções: na primeira, usou as pernas para defender uma cabeçada de Mewis, e na sequência, voou no cantinho para jogar para escanteio um grande chute de Morgan.
Aos 40, na primeira chance holandesa na partida, Beerensteyn disparou em contra-ataque, e só foi parada com falta muito perto da área. Na cobrança, contudo, Spitse mandou para longe. Aos 48, a Holanda ainda voltou a chegar após grande jogada de Miedema, mas a zaga norte=americana conseguiu afastar o perigo.
No início da etapa complementar, o panorama seguiu o mesmo do primeiro tempo. A Holanda continuava consistente defensivamente, ao passo que, com maior volume de jogo, as norte-americanas buscavam o tento inicial, que parecia questão de tempo.
Aos 15 minutos, Van der Gragt levantou demais o pé na tentativa de uma interceptação, mas acabou não achando a bola e atingiu Morgan, que caiu na área pedindo pênalti. A árbitra Stephanie Frappart, portanto, acionou o VAR, e após analisar o lance, apontou para a marca da cal e deu cartão amarelo para a defensora holandesa.
Estrela do time, Rapinoe foi para a cobrança e fez o que se espera dela. Muito fria, a capitã não precisou nem bater muito no canto direito, e a goleira holandesa, desta vez, pouco pôde fazer e sequer se mexeu, enquanto observava a torcida norte-americana explodir em Lyon.
EUA dá show de bola e de gols perdidos
Após o gol sofrido, a Holanda ameaçou se lançar ao ataque em busca do empate e já sofreu o segundo tento. Aos 23 minutos, em um raro momento em que o setor defensivo holandês estava desguarnecido, Lavelle carregou com liberdade, invadiu a área e, de perna esquerda, soltou uma bomba no canto para ampliar o placar.
Depois disso, os EUA colecionaram chances perdidas. Aos 25, em mais um lance de superioridade numérica norte-americana, Rapinoe deixou Heath na cara do gol, mas ao tentar cortar para o meio, a jogadora acabou se atrapalhando. A bola ainda sobrou para a capitã que, no susto, tentou completar, mas mandou para longe.
Um minuto depois, foi a vez de Morgan desperdiçar uma chance parecida. Após invadir a área com muita liberdade, a jogadora adiantou demais a bola, e a goleira Van Veenendaal conseguiu intervir. Aos 30, mais uma grande aparição da goleira holandesa, que espalmou para fora uma bomba disparada por Dunn.
Na reta final, Heath ainda invadiu a área com liberdade ao menos duas vezes, mas demorou para definir e perdeu a chance de ampliar o placar. Aos 33 minutos, ainda houve tempo para Rapinoe ser substituída e receber a ovação da torcida em Lyon antes de erguer a quarta taça de Copa do Mundo da seleção norte-americana de futebol feminino.