A Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco) deflagrou a Operação Ícaro fase Rota Caipira, hoje, em Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, e prendeu o piloto Edmur Guimara Bernardes, 77 anos, e um funcionário do aeroporto, de 52 anos, acusados de forjar o falso sequestro do piloto e um terceiro suspeito, de 67 anos, após o encontrar durante o cumprimento de mandados de busca, com uma pistola 765 e um revólver calibre 38. A assessoria da Deco, informou, ao Só Notícias, que ele tem ligações com o piloto e mantém em Paranaíba, um comércio clandestino de combustível de aviação. Ainda não está esclarecido porque o piloto forjou o falso sequestro.
O piloto pousou em Mato Grosso, na semana passada, e disse que foi sequestrado por uma facção criminosa, obrigado a ir para o Paraguai e Bolívia, mas conseguiu escapar com o avião e pousar em Cáceres. Entretanto, o caso levantou suspeita da Polícia Civil e aeronave e demais objetos de interesse da investigação foram apreendidos para a realização de perícia e demais diligências, quando o piloto retornou para Mato Grosso do Sul . Na segunda-feira, a Deco e a equipe de perícia realizaram a reprodução simulada dos fatos. Os acusados foram entrevistados e o piloto afirmou que foi sequestrado e rendido quando estava saindo de casa e que teria sido obrigado a dirigir a caminhonete dele até o aeroporto, que ultrapassou as medidas de segurança do hangar onde estava a aeronave e decolou da pista na companhia de dois autores.
Nos depoimentos, os suspeitos afirmaram que durante a ação, o recepcionista do aeroporto teria sido rendido e foi mantido trancado e amarrado. Com a história de sequestro e roubo, o piloto informou que foi obrigado a comandar a aeronave utilizando rota que compreende uma fazenda na região de Concepcion, no Paraguai, onde pernoitaram com a aeronave. No local se encontraria uma liderança de organização criminosa, que aguardava para usar a aeronave para ir até uma fazenda na Bolívia.
Após o desembarque do criminoso no país vizinho, o piloto disse em seu depoimento que conseguiu correr até a aeronave, dispensar as bagagens e decolar para Cáceres, onde pousou no mesmo dia. Diante das divergências nas versões apresentadas pelos acusados e das imagens colhidas pelo sistema de câmeras do hangar, a delegada Ana Cláudia Medina representou por mandados de busca e apreensão em residências, fazendas e hangares do aeroporto de Paranaíba, bem como pelas prisões temporárias dos acusados.