A retirada dos estados e municípios do novo texto da reforma da previdência, apresentado ontem pelo relator deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), não agradou nem um pouco ao governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM). Ele reagiu imediatamente criticando a alteração que, se aprovada, imputará aos estados e municípios a obrigação de efetuar suas próprias reformas. O gestor estadual disse, por meio da assessoria de imprensa, que trata-se de um “desserviço” e que a decisão empurra a atual crise anos adiante.
“É um desserviço para o Brasil. A Câmara está cometendo um grande equívoco ao não colocar os estados na reforma. Por causa dessa decisão, o Brasil poderá continuará amargando anos de crise”, declarou Mauro Mendes.
Na terça-feira passada (11), Mendes participou de uma reunião do Fórum de Governadores, em Brasília, e expressou seu apoio à inclusão dos estados e municípios nas mesmas regras federais. Antes, no encontro que teve com o presidente Jair Bolsonaro no Araguaia, já havia expressado sua vontade diretamente ao chefe do Executivo Nacional apelando ao “amor de Deus’.
O novo texto foi redigido pelo relator da Comissão Especial da Câmara dos Deputados, Marcelo Moreira, e apoiado pelo presidente da Comissão, deputado Marcelo Ramos (PR-AM). A retirada é tida como uma estratégia do governo federal para que os governadores pressionem os parlamentares de suas bancadas a votarem a favor da reforma.
Ontem, Bolsonaro deu entrevista dizendo que muitos governadores, mesmo os da oposição, são favoráveis à aprovação da reforma, mas que, para não perderem o apoio na base, preferem que seus parlamentares votem contra, desde que a previdência seja reformada.