O sonho do Cruzeiro era parar para a Copa América com alguma tranquilidade para tentar se livrar da complicada situação. Mas não deu certo. O time do técnico Mano Menezes perdeu para o Fortaleza, por 2 a 1, na noite desta quarta-feira, no Castelão, e viu sua crise ainda mais profunda tanto dentro do Campeonato Brasileiro quanto fora das quatro linhas.
Fora das quatro linhas escândalos seguidos, problemas financeiros, débitos, cobranças, situações estranhas pouco explicadas. Em campo, partidas ruins, um time pouco consistente e a pior defesa do Campeonato Brasileiro, com 16 tentos sofridos. O Cruzeiro tem oito tentos, na 15ª posição. Com o restante da rodada, porém, a Raposa pode entrar na zona de rebaixamento e passar toda Copa América em uma incômoda pressão. O resultado deixou o Fortaleza na 14ª colocação, com 10 pontos conquistados.
O Cruzeiro junta os cacos durante a parada para a Copa América para tentar recuperar dentro de campo. Fora dele às denuncias e problemas financeiros continuam assombrando a vida celeste. Vale ressaltar que logo após a competição de seleções no Brasil, a Raposa já terá um clássico em decisão das quartas de final da Copa do Brasil, nos dias 10 e 17, contra o Atlético.
O Cruzeiro entrou em campo com uma série de problemas – sem analisar, inclusive, os fora das quatro linhas. Na direita, Edilson está contundido e na esquerda Egídio foi diagnosticado com dengue e, por isso, sem condições de vestir as cores azuis para ajudar no delicado momento. Além disso, na frente, o atacante titular, Fred, com edema na coxa direita também não foi para o jogo.
Para agravar a situação, o Cruzeiro levou apenas três minutos para sofrer o primeiro gol. Não foi possível fazer qualquer analise e a Raposa já tinha sofrido o tento. Após um vacilo geral da defesa celeste, iniciando com a falha na direita, com a marcação frouxa de Lucas Romero até a antecipação de André Luís sobre o zagueiro Léo e finalizando em Fábio que tentou se adiantar e viu a bola entrar no canto aberto.
O Cruzeiro então começou a jogar seu futebol. Colocar a bola no chão, trocar passes, mas encontrava problemas para fazer isso. Seu meio campo tinha Ariel Cabral que vivia noite apagada e Pedro Rocha também não contribuía. Ainda assim, as trocas de passes eram o fator que ajudavam o time de Mano Menezes. O Fortaleza, todavia, preenchia bem os espaços e não facilitava.
Aos 10, a Raposa chegou ao empate. Com uma subida em velocidade, trocando passes, valorizando a posse de bola, a redonda chegou em Pedro Rocha que deixou a pepita para Sassá. O atacante levou para a perna direita e chutou, aproveitando um desvio para vencer o goleiro.
A partida ficou muito igual no meio campo. O Cruzeiro tinha problemas nas laterais, mas conseguia igualar a situação de meio campo e assim segurava bem o jogo.
Aos 16, em cobrança de falta de Juninho, a redonda chegou para Nathan que desviou de cabeça e, se não fosse o goleiro Fábio, a Raposa teria levado o segundo gol. O arqueiro celeste ainda viu a redonda bater na trave antes de sair.
O lado direito do Cruzeiro, porém, seguia problemático. O time azul não conseguia marcar com eficiência e o técnico Rogério Ceni percebeu a deficiência para forçar jogadas por ali.
Um dos pilares da equipe celeste, Thiago Neves, também não fazia uma boa apresentação. O camisa 10 fazia um duelo apagado, sem conseguir uma boa jogada para contribuir.
Aos 46, o Cruzeiro sofreu o segundo gol. Desta vez em cruzamento pela esquerda, André Luís teve uma tranquilidade incrível para desviar de cabeça e colocar a redonda para o fundo das redes.
O técnico Mano Menezes fez uma alteração na volta do intervalo. O treinador colocou Jadson no lugar de Ariel Cabral que fazia apresentação muito ruim. Pelos lados, nas alas, não existem reservas.
O Cruzeiro voltou para o jogo com uma melhora em campo. A equipe conseguiu espremer o Fortaleza contra o campo defensivo e trocava passes em busca do empate. Isso, no entanto, fazia com que os espaços para os contra-ataques acontecessem.
Apesar de ter mais a bola, o Cruzeiro não conseguia criar algo claro, uma chance realmente boa para chegar ao empate. Duas vezes chegou com algum perigo, mas não finalizou.
O Fortaleza sofreu um duro golpe aos 19, quando Nathan foi expulso após segurar Sassá no meio campo, como já estava amarelado levou o segundo e o vermelho em seguida. Foi o terceiro jogo consecutivo do time de Rogério Ceni com um a menos em campo.
Com um a menos, Mano Menezes colocou seu time mais ofensivo. Tirou o lateral-esquerdo Dodô e colocou Marquinhos Gabriel em campo. O time celeste seria ofensividade pura para evitar mais uma derrota no Brasileirão.
A maneira encontrada pelo Fortaleza para se segurar em campo foi trocar passes. A equipe passou longos minutos passando a bola de pé em pé, sem afobar em campo, tentando ter a redonda para evitar algo pior.
Aos 36 o Cruzeiro criou uma bela jogada. Marquinhos Gabriel, na ponta esquerda, conseguiu livrar-se de dois marcadores e invadiu a área, mas antes deixou outro zagueiro no chão com um belo drible. Ele fez o passe para Robinho que deixou outro defensor caído e fez o passe para Romero que também derrubou outro com jogo de corpo. Um meia conseguiu recuperar no momento do cruzamento e tirou a redonda.
A pressão do Cruzeiro estava terrível. Os defensores se viravam como podiam. Aos 40, Thiago Neves recebeu na frente, mas a bola caiu na perna direita e a finalização ficou mais fácil para o goleiro, mas a redonda foi para escanteio.
O Cruzeiro seguiu pressionando, mas o Fortaleza conseguiu segurar e garantiu os três pontos.