Sob suposta ameaça de “armação” para prendê-lo, o bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi orientado a deixar o país para que não fosse preso novamente. Uma ligação interceptada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) sugere que o assessor do empresário foi informado que ele estava sob investigação e que poderia voltar para a prisão.
Conforme trecho da decisão do juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7° Vara Criminal de Cuiabá, a polícia apurou que Noroel Braz da Costa Filho era responsável pela assessoria e segurança da organização e em novembro de 2018, foi orientado pela esposa a marcar uma reunião com Giovani Zem para informá-lo de que Arcanjo seria alvo de armação.
O encontro teria que ser com Giovani porque Arcanjo não poderia sair de casa, visto que estava sob monitoramento eletrônico. Para sair de Cuiabá, Arcanjo alegaria que temia por sua segurança.
“Quinze anos lá não é muito. Ele tem advogado de primeira. Entra com tudo lá antes que eles aprontem e ele volte, e se ele voltar não sai mais”, consta trecho da ligação interceptada entre Noruel e a esposa.
Na época, havia informações de que os motoqueiros da empresa de Frederico Muller Coutinho, estariam perseguindo os motoqueiros de Arcanjo a fim ganhar espaço nos pontos de jogo do bicho.
Alberto Jorge Taniasso, empresário do ramo do jogo do bicho, registrou boletim de ocorrência por ameaça. Ele teria sido intimidado por Giovani e Noroel por estar explorando o jogo na área de Arcanjo.
Noroel dizia a todos que trabalhava no ramo há 30 anos e que “Mato Grosso tinha dono”, que seria Arcanjo.