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Adiada audiência de instrução e julgamento de agricultor que matou agrônomo no Nortão

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Só Notícias/Cleber Romero (foto: reprodução/arquivo)

O juiz da Vara Única de Porto do Gaúchos (246 quilômetros de Sinop), Rafael Depra Panichella, atendeu pedido do Ministério Público Estadual  (MPE) e designou a audiência de instrução e julgamento do agricultor, Paulo Faruk de Moraes, de 61 anos, que confessou ter matado o engenheiro agrônomo, Silas Henrique Palmieri Maia, de 33 anos. O motivo é que houve um pedido da quebra de sigilo telefônico, mas os documentos não foram apresentado no período requerido no processo e, por isso, houve o adiamento.

Conforme Só Notícias informou, em primeira mão, a audiência de instrução e julgamento estava marcada para ocorrer hoje. O procedimento faz parte da produção de provas orais onde são oferecidos depoimentos, o perito criminal aponta dados e demais testemunhas também são ouvidas. Não há um prazo definido para uma nova data.

Paulo Faruk foi denunciado pelo Ministério Público Estadual e está respondendo por homicídio com motivo fútil, mediante recurso que dificultou a defesa do agrônomo. Consta no processo que Silas trabalhava para uma empresa de insumos agrícolas, em Sinop, como consultor de vendas, sendo um dos responsáveis pela comercialização de produtos aos agricultores da região de Porto dos Gaúchos.

O crime ocorreu no dia 18 de fevereiro, em uma comunidade. Silas (foto) estava em uma lanchonete junto com um colega de trabalho quando Paulo Faruk entrou e tocou seu ombro. Ao tentar se virar para ver quem seria a pessoa, pois estava sentado e de costas, foi imediatamente atingido por diversos disparos, realizados a curta distância em direção à região da cabeça, rosto e pescoço, não sendo capaz de esboçar qualquer reação defensiva no momento. O crime ocorreu após o agrônomo ter ido a fazenda de Silas fazer cobrança de dívida com a empresa.

Ainda de acordo com o MP, após praticar o crime o agricultor dirigiu tranquilamente sua  Ford F-350 prata. Durante esse trajeto a todo momento observava o local em que a vítima estava caída ao solo para constatar se havia falecido. Na sequência, fugiu pela  MT-338 em direção a Porto dos Gaúchos.

“Paulo teria praticado o crime em razão de sua irresignação com os atos de fiscalização e cobrança realizados por Silas, na condição de funcionário da empresa, que na companhia de um  funcionário teriam descoberto um suposto desvio da produção ofertada pelo acusado como garantia a uma dívida anterior com a empresa em Sinop”.

Em depoimento, o funcionário contou que Silas mandou uma mensagem para que eles pudessem vistoriar a área, constatar o montante já colhido da safra dada em garantia pela dívida com a empresa. No entanto, antes mesmo de se deslocar à comunidade, ele recebeu uma  nova mensagem de Silas, informando que a sua entrada seria barrada por Paulo.

No dia seguinte, eles foram autorizados a entrar na propriedade e fiscalizar a colheita, quando “averiguaram uma desproporção da área já colhida e a quantidade de sacas de soja já entregues aos armazéns da empresa para a quitação do débito, motivo pelo qual haveriam de contatar a empresa para alertá-la do ocorrido, visando a adoção das providências cabíveis. Silas teria dito que seria necessário o arresto dos grãos da propriedade do acusado bem como que a venda somente poderia ser realizada com autorização da empresa, pois havia suspeita de desvios da soja colhida para terceiros.

Paulo Faruk se apresentou espontaneamente quatro dias depois do crime. Em depoimento ele confessou ter assassinado e apontou que estava se sentindo “pressionado” por Silas Henrique. Desde então, está preso na em Porto dos Gaúchos. Silas morava em Sinop e foi sepultado no Mato Grosso do Sul, onde moram os familiares.

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