O Papa Francisco recebeu em audiência privada na Casa Santa Marta, em Roma, ontem, o principal líder indígena brasileiro Raoni Metukire, da comunidade Caiapó, que vive no Xingu em Mato Grosso. O cacique está na Europa desde 14 de maio, numa viagem de três semanas, para se encontrar com os chefes de Estado e a opinião pública para alertar sobre as crescentes ameaças à Amazônia.
Não foram informados detalhes da conversa entre o Pontífice e o cacique. Raoni também está recolhendo fundos para a proteção do parque do Xingu, onde há um dos maiores números de índios no país.
Anteriormente, o diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, disse que, o encontro com Raoni significa que “o Papa reitera a sua atenção pela população e pelo ambiente da área amazônica, e o seu compromisso pela preservação da Casa Comum”. E também havia explicado que “a audiência insere-se no contexto da preparação para a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica, que se realizará de 6 a 27 de outubro, no Vaticano, sobre o tema ‘Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e por uma Ecologia Integral’”.
Em Mato Grosso, conforme Só Notícias já informou, os Jesuítas, ordem religiosa da qual faz parte o papa, trabalha há décadas na missão de evangelizar e defender os índios. Atualmente, as missões dos padres jesuítas é com tribos nas regiões de Juara e Juína.
Depois de reunir com Raoni, o Papa esteve no encontro sobre “Mudanças Climáticas e Novas Evidências da Ciência, Engenharia e Política”, que é realizado em Roma, com ministros de diversos países. Ele voltou a alertar que a “crise ambiental está levando o mundo ao desastre”. “Aparentemente, em nosso tempo, lucros e perdas são mais valorizados do que vidas e mortes, e o patrimônio líquido de uma empresa tem precedência sobre o valor infinito da humanidade. Vocês estão aqui para refletir sobre a forma de remediar esta crise profunda, causada pela confusão de nossas contas morais com nossas contas financeiras; para ajudar a deter uma crise que está levando o mundo ao desastre”, disse o papa Francisco. “Em todo o mundo vemos ondas de calor, secas, incêndios florestais, inundações e outros fenômenos meteorológicos extremos, a subida do nível do mar, o surgimento de doenças e de outros problemas que são apenas uma advertência severa de algo muito pior que pode vir a acontecer, se não agirmos com urgência”. “Estamos diante uma questão de cálculo, o cálculo de salvar o nosso mundo da indiferença e da idolatria do dinheiro”, concluiu.
A informação é do Vatican News.