A médica do posto de saúde não conseguia ouvir a paciente por causa da gritaria na escola pública ao lado. Acompanhada da diretora do posto, foi ver o que acontecia. Os alunos da escola, vestidos de menina, e as alunas vestidas de menino, gritavam palavras de ordem sobre não terem nascido com seu próprio sexo. A médica, que já havia posto no mundo mais crianças que as da escola, espantada, começou a fotografar a cena. A diretora da escola chegou furiosa e lhe arrancou o celular das mãos, exigindo que apagasse as fotos.
Se a diretora da escola não soubesse que estava fazendo algo errado, estimularia as fotos que retratavam uma didática curricular. Mas certamente ela sabia que estava, sim, fazendo uma pregação ideológica destinada a destruir a personalidade das crianças, sem que os pais soubessem. Aplicava teorias que pretendem enfraquecer a nação enfraquecendo sua base, que é a família, para não precisar de armas para tomar o poder.
Agora se levanta a discussão sobre se aluno pode usar o celular para registrar a aula. Fui professor na PUC e no Uniceub e ficaria muito feliz com o interesse de alunos que quisessem gravar minhas aulas como arquivo e lição de casa. Gravar uma aula é até oportunidade para espalhar o saber, numa escola pública. Em escola privada, paga, aí sim, vale o direito da escola de não permitir que sua aula seja gravada e depois vendida. No fundo, o protesto parte de professor que sabe que não está dando aula de História, ou de Gramática, ou de Filosofia, mas fazendo comício de pregação política.
Uma minoria com pouco voto, tenta se impor ao desviar-se de sua missão para convencer alunos de suas teses, omitindo o fato de que elas não deram resultado em lugar algum do mundo. Mas por décadas, obtiveram resultado nas mentes dos alunos que hoje fazem militância em suas profissões. Alguns professores e jornalistas foram vitimas dessa pregação, como vemos nas escolas e no noticiário. Nos legislativos, repete-se a tática de a minoria ser barulhenta e falar em nome do povo – que não lhes deu voto. Sempre contam com a desproporcional cobertura de militantes que vão mostrá-los como importantes. Convém não se deixar enganar por essa “democracia” da minoria.