Os suspeitos, de 21, 22 e 34 anos, tiveram o mandado de prisão temporária (30 dias) cumprido, esta manhã, acusados de envolvimento na morte de Francisco Rosa Carvalho, de 32 anos, com cerca de 54 golpes de faca e Elisângela Barradas do Nascimento, de 23 anos, com mais de 70 facadas, no dia 30 de março, no Jardim Carolina. De acordo com o investigador da Polícia Civil, Márcio Coutinho, dois mandados foram cumpridos em uma residência no São José, e o outro quando prestava depoimento na delegacia. Um suspeito está foragido.
“Primeiramente, foi preso um suposto mandante do crime, que teve a casa furtada e ameaçou matar as vítimas. Depois, começamos investigar a campo e, através da autorização da mulher desse homem que foi preso, nós extraímos alguns áudios que onde revelaram que três ou quatro pessoas teriam cometido esse crime. A vítima havia acabado de sair da cadeia e tinha sido avisada por membros de uma facção que se furtasse no bairro ou se fumasse pasta base iria morrer. Além de fumar a vítima furtou na casa desse casal e através dos áudios que apuramos no celular eles comentaram entre eles a questão dos envolvidos que acabamos de prender. Além de outras informações que apontam que três ou quatro pessoas estavam procurando eles para eliminar porque estavam furtando”.
Ainda de acordo com o investigador, a mulher teria sido morta por incentivar o homem a usar drogas e cometer crimes. “Eles foram rendidos em um determinado local, algumas pessoas viram quem foi, apontaram que um dos presos estava conduzindo a ação”.
O advogado de um dos suspeitos disse que o cliente não tem envolvimento no caso e vai provar a inocência dele. Os demais não se pronunciaram.
Conforme Só Notícias já informou, o homem, de 32 anos, preso acusado de ter mandado assassinar o casal conseguiu um habeas corpus concedido pelo desembargador Orlando Perri e deixou o centro de detenção provisória no último dia 8. O advogado de defesa Marcos Rogério Mendes informou, ao Só Notícias, que o pedido de liberdade foi feito por entender que ele não apresenta riscos a investigação.
“A prisão temporária é para garantir as investigações, e no caso dele a prisão temporária estava com fundamento no aparelho telefônico que nós cedemos. Com esse aparelho apreendido não tem porque ele ficar preso. A prova que o delegado pediu e queria averiguar melhor era as mensagens do aparelho telefônico e com esse argumento o tribunal concedeu a liberdade”.
Ainda segundo o advogado, o cliente vai responder em liberdade, mas continua alegando que é inocente e que houve uma infeliz coincidência.Entretanto, segundo a Polícia Civil, familiares informaram que os dois estavam jurados de morte, no WhatsApp do suspeito havia mensagem comprometedora e um áudio em que falava que ia procurar “uns caras para matar” as vítimas. A polícia investiga se os dois mortos estariam envolvido em delitos.
O delegado de Polícia Civil, Nilson Farias, explicou, na última segunda-feira, que informações de familiares e outras pessoas da sociedade levaram a esse preso. “Porque no celular, nas conversas já ficou evidenciado que ele foi atrás de um grupo de pessoas para poder retirar a vida desse casal. Em virtude de ter ocorrido um furto em sua residência (supostamente praticado pelo casal). Ele já não aguentava mais a situação, então falou que daquele dia não passaria. Horas antes, mandou um áudio para sua esposa falando sobre isso. Os policiais conseguiram olhar o celular, porém, quando eles identificaram esse áudio, ele rapidamente pegou o celular da mão do policial e apagou o áudio. No entanto, os policiais pegaram o celular da esposa e tinha esse áudio”, explicou o delegado.
“Conseguimos indícios de mandante (do crime) até o momento. Não identificamos quem são os executores. Um crime muito bárbaro com muitas facadas. O casal, em si, também estava dando problemas no bairro, com furtos, usuários de drogas. Então já existia um consenso em retirar a vida dessas pessoas. O homem (Francisco) saiu da cadeia há pouco tempo. Eles têm passagens pela polícia, são corriqueiros na prática de furto e usuários de drogas”, disse.
Segundo Farias, o casal teria levado da residência do suposto mandante “perfumes, e outros produtos e este rapaz já estava procurando o casal. Inclusive foi em diversas casa e por fim resolveu pagar um dinheiro para algumas pessoas específicas do bairro. Esse rapaz acabou sendo só um estopim, oferendo um dinheiro para algumas pessoas retirarem a vida desse casal. No momento em que foi detido acabou negando a prática”, acrescentou.
Conforme Só Notícias já informou, no corpo Elisângela ficou uma faca cravada no pescoço, quebrada e havia fragmento da faca no solo o que indica que o agressor só parou depois que o instrumento (faca) ficou danificado, explicou o perito criminal Nilton Carlos Dalberto, anteriormente.