O Ministério Público Estadual (MPE) requereu ao Poder Judiciário que determine ao Comando do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) a remessa integral do procedimento instaurado pelo 2º tenente Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, assassinado em maio de 2017, contra um cabo da Polícia Militar, acusado de envolvimento no homicídio.
De acordo com o promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza, informações divulgadas pela imprensa revelam que, dois dias antes do crime, Scheifer comunicou aos seus superiores sobre a instauração de procedimento administrativo contra o cabo da PM. Ainda conforme a imprensa, dias depois o procedimento foi arquivado pelo então comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente coronel PM José Nildo Silva de Oliveira.
Em depoimento prestado à Justiça no dia 11 de abril, no entanto, Nildo negou ter conhecimento de qualquer desavença entre o tenente morto e dos demais integrantes da equipe. Para o Ministério Público, a existência de procedimento administrativo instaurado pela vítima em desfavor do acusado, inclusive com aparente determinação de arquivamento pela testemunha José Nildo Silva de Oliveira, “é absolutamente relevante à elucidação dos fatos”.
Scheifer morreu com um tiro no tórax durante operação de busca a suspeitos de assalto a bancos, em Matupá (204 km de Sinop). Inicialmente foi informado que teria sido atingido por bandidos. Porém, uma perícia técnica comprovou que foi do fuzil de um cabo da PM que saiu o disparo que atingiu o tenente do Bope. Outros dois policiais foram denunciados como cúmplices ao dar a versão sobre a morte no confronto.
A motivação do crime, segundo o MPE, foi evitar que o tenente Sheiffer adotasse medidas contra os denunciados que pudessem resultar em responsabilização e até mesmo eventual perda da farda, por desvio de conduta em uma operação que culminou na morte de um dos suspeitos de roubo na modalidade “novo cangaço”.