A juíza Selma Arruda (PSL), cassada durante a semana pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), comentou, hoje, por meio de uma rede social, sobre os rumores de candidaturas para sua vaga no Senado. A parlamentar garantiu que tem apoio popular, ressaltou que o processo na Justiça ainda não terminou e ironizou os “candidatos” ao cargo.
“A todo momento são publicadas na imprensa local notas ou matérias de pessoas que estão colocando o nome a disposição para ocupar o meu lugar no Senado, antes mesmo do processo terminar. Até candidato a deputado que não conseguiu nem ficar como suplente acha que pode tomar esse cargo eletivo, em que fui democraticamente eleita. Eu vou deixar um aviso curto aqui: falar é fácil, quero ver é conquistar os 678.542 votos que eu tive! O povo está comigo!”.
Conforme Só Notícias já informou, o pleno do TRE cassou Selma por unanimidade. O relator das ações, que também resultaram em sua inelegibilidade, Pedro Sakamoto, manifestou, em seu voto, que foram feitos pagamentos de despesas de campanha e não declarados na prestação de contas (reprovada, ano passado).
“É inegável pagamentos feitos apartados da prestação de contas” que totalizaram R$ 729 mil, decidiu o relator. “É possível constatar que parte dos serviços foi prestado fora do período eleitoral”. “Pude constatar que material de marketing típicos que, a rigor, só podiam ser realizados após a data da convenção partidária”.
Sakamoto constatou que houve caixa 2 na campanha de Selma de “R$ 1,23 milhão sem que tenha havido qualquer registro na contabilidade oficial de campanha”. Ele enumerou pagamentos feitos por Selma para funcionários, advogados e um contador e citou resolução do TSE que devem ser pagas com recursos da conta da campanha.
“Contudo não foi o que aconteceu. E as despesas à margem da campanha não param por aí”, constatou relator apontando que foi contratada empresa de pesquisa por R$ 60 mil, através de TED (R$ 24 mil cada) da conta pessoal de Selma. Outra empresa de pesquisa foi contratada por R$ 16,5 mil.
Selma obteve empréstimo de R$ 1,5 milhão feita pelo suplente Gilberto Possamai e os gastos feitos foram feitos sem respeitar as normas eleitorais e, dessa forma, ficou constatada a origem irregular da operação que só poderia só ser feita com instituição financeira e não empréstimo pessoal, “o que e é irregularidade grave”.
A senadora informou, após o julgamento, que está tranquila da decisão e vai recorrer. “Estou tranquila com a decisão proferida. A tranquilidade que tenho é com a consciência dos meus atos, a retidão que tive em toda a minha vida e que não seria diferente na minha campanha e trajetória política. Respeito a Justiça e, exatamente por esse motivo, vou recorrer às instâncias superiores, para provar a minha boa fé e garantir que os 678.542 votos que recebi da população mato-grossense sejam respeitados”.