“Foi num baile em Assuncion, capital do Paraguai, onde eu vi as paraguaias, sorridentes a bailar”. O trecho da música Galopeira, interpretada por Sérgio Reis e Chitãozinho e Xororó serviu exatamente para o jogo entre Cerro Porteño e Atlético, na noite desta quarta-feira, pela Copa Libertadores. Jogando fora de casa, o Atlético sofreu um baile de futebol, perdeu por 4 a 1, com direito a um apagão terrível no primeiro tempo.
O resultado do baile em Assunción é que o Galo segue apenas com três pontos no Grupo E da Copa Libertadores. O Cerro garantiu a classificação para a próxima fase do torneio, enquanto o Galo inicia as despedidas na primeira fase da competição. Com o Nacional vencendo o Zamora, matematicamente o Galo não está fora, mas é praticamente impossível que a combinação seja favorável.
O Atlético iniciou o jogo melhor, se defendendo com qualidade e, em um contra-ataque, abriu o placar. Mas não suportou a força do Cerro que partiu para cima e humilhou o Galo em solo paraguaio. No segundo tempo, ninguém rendeu: o Cerro por já ter o resultado e o Galo por não ter forças.
O Atlético agora junta os cacos e pensa na final do Campeonato Mineiro, contra o Cruzeiro, neste domingo, no Mineirão.
Primeiro tempo
O Atlético entrou em campo com a obrigação de fazer o que conseguiu apenas uma vez na história: vencer o Cerro no Paraguai. A única vez que isso aconteceu foi em 1981.
O Galo entrou em campo apostando nos contra-ataques. A equipe privilegiava a defesa e esperava o Cerro para sair jogando. Aos 6, a equipe paraguaia chegou com bastante perigo aproveitando um vacilo da defesa alvinegra.
Mas o Atlético estava com foco nos contra-ataques. E foi assim o primeiro tento da noite. Aos 18, em saída rápida do Galo, Luan pega a sobra de bola, na área e chuta cruzado para Ricardo Oliveira completar.
O Atlético, porém, ao abrir o placar seguiu com sua postura defensiva e não conseguiu mais buscar o ataque. O Cerro, irritado com sua situação dentro de casa, buscou o ataque.
Cinco minutos para virada e ampliação
Aos 28 minutos, Leonardo Silva foi bastante imprudente em um ataque do Cerro e saiu sem entender sua força. Ele derrubou o atacante adversário na entrada da área e fez falta. Na cobrança, aos 30, Acosta, ao melhor estilo Ronaldinho, colocando por baixo da barreira, colocou no fundo das redes. O leve desvio na barreira aliviou a situação de Victor para não ter em suas costas a culpa pelo tento sofrido.
Todavia, o segundo gol, três minutos depois, o arqueiro preto e branco falhou. Em um chute de fora da área, após bela tabela, num espaço que deveria ter, pelo menos, um volante, Fede Carrizo colocou no canto.
Dois minutos além, o terceiro. Em uma falha gritante de Fábio Santos, que entregou a bola para Victor Cáceres que limpou o lance e chutou forte para superar Victor e ampliar.
A soma de três gols em cinco minutos mexeram com o Atlético. Levir Culpi, do lado de fora, tomava um isotônico para tentar hidratar o que viria pela frente. O apagão não parou por ali. Aliás, piorou.
Aos 43, com uma falha incrível do goleiro Victor e do zagueiro Igor Rabello, Larrivey pegou a bola limpa, sem zagueiro, sem goleiro, apenas a trave em sua frente para colocar para dentro das redes.
Quando a partida chegou aos 45 minutos, o quarto árbitro marcou os quatro minutos de acréscimos que duraram uma eternidade. O preciso naquele momento era ir para o vestiário, juntar os cacos do que resta para tentar, com dignidade, finalizar a partida.
Segundo tempo
O Cerro tirou o pé no segundo tempo. Com um placar muito favorável, a equipe não fez tanto esforço para buscar o ataque, mas ainda aproveitava alguma chance para alcançar o ataque de forma mais preocupante. O Atlético se segurava em campo, tentava alcançar o ataque e, para isso, abria espaços. O Galo já sabia que a situação era complicada.
Levir tentou algo diferente. Tirou Luan e Cazares – preservando os jogadores para a final do Campeonato Mineiro no domingo – e colocou Chará e Vinícius. Pouco adiantou.
A entrada de Vinícius deu ao Galo mais mobilidade ao meio campo, o jogador entrou se movimentando bastante, tentando algo diferente, querendo ajudar. Já o Chará dando mais profundidade, mas rendeu pouco.
O Cerro não queria mais o jogo, o placar era favorável, o time seguiu com 100% na competição e confirmou sua classificação para a próxima fase.