Os policiais militares acusados de assassinarem o 2° tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, em maio de 2017, estão passando pela audiência, esta tarde, realizada no Fórum de Cuiabá. Pelo crime de homicídio triplamente qualificado são réus Lucélio Gomes Jacinto, Joailton Lopes de Amorim e Werney Cavalcante Jovino.
A audiência é presidida pelo juiz titular, Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Militar. Também compõe o conselho de sentença os juízes militares o coronel Nerci Adriano Dernardi, capitão Rondon Souza Alves, o suplente 1° tenente Felipe Silva de Almeida, capitão Marcos Gomes de Freitas, o suplente Daniel Alves Moura e Silva e o capitão Marco Antônio Souza.
Inicialmente serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo Ministério Público Estadual, seguidas pelas testemunhas das defesas. Após as oitivas de todas as testemunhas, os réus prestarão depoimento sobre o caso. As datas para as próximas audiências não foram informadas pela Justiça.
Scheifer morreu com um tiro no tórax durante operação de busca a suspeitos de assalto a bancos, em Matupá (204 km de Sinop). Inicialmente foi informado que Scheifer teria sido atingido por bandidos. Porém, uma perícia técnica comprovou que foi do fuzil do cabo Jacinto que saiu o disparo que atingiu o tenente do Bope. Joailton e Werney foram cúmplices ao dar a versão sobre a morte no confronto.
Todos os réus estão presos preventivamente em diferentes quartéis de Cuiabá.
A motivação do crime, segundo o MPE, foi evitar que o tenente Sheiffer adotasse medidas contra os denunciados que pudessem resultar em responsabilização e até mesmo eventual perda da farda, por desvio de conduta em uma operação que culminou na morte de um dos suspeitos de roubo na modalidade “novo cangaço”.
Conforme os autos do Ministério Público, houve divergências no registro de uma ocorrência sobre a morte de um suspeito, em que a vítima e o cabo Jacinto se desentenderam por conta de declarações falsas inseridas no boletim.
No mesmo dia Sheiffer foi morto por tiro na região do abdômen, durante diligência realizada no local de um confronto ocorrido no dia anterior.
Os colegas de farda relataram que o tenente foi atingido por um suspeito que estava em meio à mata. Porém ficou comprovado que o projétil alojado no corpo do tenente partiu de um fuzil portado pelo Cabo PM Lucélio Gomes Jacinto.