O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) alertou para os impactos na sojicultura que podem ser causados pelos surtos de Febre Suína Africana (FSA) em território chinês. Os analistas lembram que o gigante asiático, que é o principal consumidor da soja mato-grossense (usada para alimentação suína), deverá ter redução no rebanho, em 2019, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Segundo o relatório, a previsão é de que a China encerre o ano com 373 milhões de cabeças, 12,6% a menos que em 2018. Se as previsões se confirmarem, o país asiático reduzirá a produção de carne em 4,9%, resultando em 51,3 milhões de toneladas.
As quedas, de acordo com o USDA, são resultados de prejuízos causados pela FSA. Até o momento, a China já reportou 115 casos de surtos à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Para o Imea, a situação acende “um alerta sobre seus possíveis impactos”. O instituto avalia que um “enfraquecimento no consumo de soja pela China, aliado aos altos estoques de soja americana, e uma safra sul-americana sem grandes quebras, são fatores que podem pressionar as cotações do grão”.
Em janeiro e fevereiro de 2019, Mato Grosso exportou 1,7 milhão de toneladas de soja para China. Nos dois primeiros meses do ano, o Estado embarcou, no total, 2,2 milhões de toneladas.