O Tribunal Regional Eleitoral vai julgar novo pedido para conceder prazo de 2 dias para serem apresentadas as alegações finais pela senadora Selma Arruda, na ação de investigação judicial eleitoral que pode cassar mandato. De acordo com a defesa, Selma Arruda teria sido prejudicada, já que o Ministério Público Eleitoral só apresentou suas considerações finais em data posterior à dos envolvidos no processo. O desembargador Pedro Sakamoto analisará o pedido.
Em seu último ato como defensor da senadora, o advogado Diogo Sachs considera esse fato seria uma “verdadeira inversão processual que causa sérios prejuízos para a defesa”, já que o prazo para o Ministério Público Federal também deveria ser “comum”. “Ou seja, atuou com privilégio processual indevido o Senhor Procurador Regional Eleitoral”, diz trecho do pedido. Tal fato, para a defesa, é considerado “tréplica não prevista na legislação aplicável à espécie”, aponta.
Diogo também comunica a sua “renúncia de mandato” da defesa de Selma, salientando que no prazo de até 10 dias ela definirá novo advogado.
Em suas alegações finais a Procuradoria Regional Eleitoral requer a cassação da diplomação da senadora e de seus suplentes por suspeita de abuso de poder econômico e de gastos ilícitos de campanha. Além da perda do mandato, o procurador regional eleitoral Raul Batista Leite requer ainda a aplicação de sanção de inelegibilidade e, como consequência, que seja realizada nova eleição para o preenchimento de uma vaga de senador em Mato Grosso.
A assessoria da senadora disse que ela não comentará a renúncia do advogado Diogo Sachs.
Ha poucos dias, a senadora envolveu mais um nome na acusação de extorsão para que as suas contas fossem aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE): o deputado estadual Wilson Santos (PSDB). Segundo a senadora, o parlamentar teria procurado o então marketeiro dela, o jornalista Kleber Lima, para oferecer ajuda no processo contra o publicitário Junior Brasa. Tanto Kleber quanto Wilson prestaram depoimento na sede da instituição. A senadora afirma que se ela pagasse um valor para Junior Brasa, seu problema seria resolvido perante o Judiciário.
“O Kleber me disse que foi procurado pelo Wilson Santos, dizendo que o Brasa me ajudaria na audiência se eu lhe desse 600 mil. Se isso não é extorsão, sinto muito por ambos”, afirma Selma. A acusação da suposta extorsão surgiu quando Selma foi acusada de praticar caixa dois durante o período de pré-campanha, com a contratação da agência de publicidade de Brasa, no valor de R$ 1,8 milhão. Desse total, teria ficado pendente o pagamento de R$ 1,1 milhão e o empresário entrou com uma ação judicial para receber o valor.
Junior Brasa disse que não realizou nenhum tipo de extorsão e duvida que Wilson Santos tenha feito qualquer ação nesse sentido. “Eu ofereci uma proposta mais barata que essa [os R$ 600 mil] para que ela pagasse a dívida, mas ela não aceitou. Não é a primeira vez que a Selma fala qualquer coisa para se livrar de uma acusação. Só tenho a lamentar”.