Uma equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da Polícia Civil concluíram, ontem à noite, a reconstituição da cena da morte do empresário Edmilson Martins de Lima, 37 anos, em frente a uma conveniência, no centro da cidade. Ele foi atingido, no último dia 23, por um tiro de pistola 380, durante briga com o soldado da Polícia Militar, Jhonatan Ulysses, 28 anos. Cinco testemunhas apresentaram seus relatos, no local. Um amigo do empresário, que estava no dia, veio de Maringá (PR) para participar.
Segundo o perito Edson Gomes, “na reprodução simulada houve algumas contradições. Agora, a gente precisa pontuar as versões do que foi feito hoje, com os depoimentos e com as imagens. Vamos ver quais das versões se aproxima mais do que de fato aconteceu no dia”. “A partir de agora, todo o laudo pericial deve levar, em média, 30 dias para ficar pronto e ser entregue ao delegado Carlos Eduardo Muniz, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à pessoa (que também participou da reconstituição) que está à frente das investigações. “A parte mais trabalhosa que vem agora é o laudo. A gente tem que transcrever todos os laudos, toda filmagem, fazer a comparação entre todas as encenações, fazer comparação entre a reprodução filmada e os depoimentos. Todas as possíveis imagens que foram obtidas no dia”, detalhou.
O delegado da DHPP, Carlos Eduardo Muniz, explicou que “o essencial numa reprodução simulada dos fatos é verificar com imagens a versão de cada testemunha. Isso faz com que conseguimos concluir a investigação de uma forma tanto efetiva quanto de uma forma mais verificável, ou seja, agora teremos no inquérito policial imagens que replicará, de acordo com as testemunhas tudo aquilo que aconteceu no dia dos fatos. Agora nós vemos depurar estas versões e vamos conseguir concluir nosso inquérito policial. Agora aguardaremos este laudo da perícia para concluir o trabalho o mais rápido possível”. Não foi previsto quando o inquérito será concluído e encaminhado ao judiciário.
A reconstituição do crime começou na última terça-feira, entretanto, houve uma forte chuva e os trabalhos tiveram que ser concluídos ontem à noite.
Conforme Só Notícias já informou, o soldado relatou que trafegava em uma GM S10, quando a vítima, que estava em uma Toyota Hilux SW4, “resvalou” em seu veículo. O militar disse que parou a caminhonete no pátio do estabelecimento, quando foi surpreendido por Edmilson, que estava “esbravejando e investindo contra sua pessoa”. O PM contou ainda, conforme registrado em boletim de ocorrência, que foi agarrado e “esganado” por Edmilson, que, “de forma violenta”, tentava imobilizá-lo. A mulher que estava com o policial também prestou depoimento e relatou que tentou intervir e separar a briga. Porém, segundo ela, os esforços “foram em vão”.
Duas testemunhas também deram versões para o caso. Uma delas disse que presenciou “uma discussão verbal, que evoluiu para embate corporal mútuo”. Segundo esta pessoa, Edmilson segurava os braços do soldado, quando, houve o disparo de arma de fogo. Em seguida, a vítima caiu.
Já a outra testemunha disse que viu os dois homens em luta corporal e relatou que presenciou quando um deles agarrou nos braços do outro. O homem informou que, na sequência, ouviu um “estampido de arma de fogo” e enxergou um “sujeito” caído ao chão e uma aglomeração de pessoas no local.
O delegado de plantão no dia do crime, Ugo Reck , explicou, anteriormente, que “antes mesmo que eu chegasse na delegacia, o policial tinha se apresentado. Logo após os fatos ele telefonou para os bombeiros para dar socorro para vítima e pediu apoio policial em razão do número de pessoas que tinha no local, alguns amigos da vítima estavam alterados. Eu conversei com ele, fui ao local dos fatos, vi a vítima, conversei com testemunhas, analisei as imagens das câmeras de segurança e o conjunto das informações e das provas levantadas até aquele momento levam a crer que o policial agiu, na medida do possível, em legítima defesa”.
Segundo o delegado, a colisão (que evoluiu para o desentendimento entre os dois) só provocou uns raspados no pára-choque (de um dos veículos). Uma bobagem que poderia ter terminado de outro jeito”.
Jhonatan entregou na delegacia a arma dele, com 11 munições intactas e uma deflagrada, conforme consta no boletim de ocorrência.
Edmilson foi sepultado em Maringá (PR).