Permanecerá preso o principal suspeito de assassinar o gerente de fazenda Cleiton Domeni Naitzki, 28 anos, em agosto de 2017. O crime aconteceu em uma casa, localizada no residencial Porto Alegre, e teria motivação passional. Ao ingressar com pedido de habeas corpus, a defesa do homem de 43 anos alegou “constrangimento ilegal” na manutenção da prisão, argumento rebatido pelos desembargadores da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
“Inexiste constrangimento ilegal à liberdade de locomoção do paciente quando o decreto de prisão preventiva, bem como a posterior decisão que indefere o pleito liberatório encontram-se respaldados em circunstâncias fáticas que justificam o encarceramento para garantia da ordem pública, tendo como base elementos dos autos que demonstram a gravidade concreta do delito ante o seu modus operandi, revelada pelo contexto fático, o que assegura a plena fundamentação do édito segregatício”, consta no acórdão da decisão colegiada.
O acusado está preso desde novembro do ano passado. Ele foi localizado por investigadores da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em uma residência na avenida Curitiba, no Jardim Alvorada. “Durante interrogatório, optou pelo direito de permanecer em silêncio. Porém, as investigações estão avançadas e temos elementos de provas que acabam colocando ele na cena do crime. Nós temos dados telefônicos, testemunhas e principalmente muitas contradições que acabaram por confirmar a suspeita” expôs o delegado Nilson Farias, na época da prisão.
Durante as buscas na residência do acusado também foram encontrados uma espingarda calibre 22, que pertencia à vítima, e um rifle calibre 22 com luneta. O revólver calibre 38 usado no crime não foi localizado.
De acordo com as investigações, o investigado trabalhava na mesma fazenda em que Cleiton era gerente e o crime teria sido motivado após o homem descobrir um suposto caso amoroso entre sua mulher e a vítima. “As investigações demonstram um possível relacionamento entre os dois, ela tinha a chave da casa da vítima. Então, o suspeito entrou de forma sorrateira. A motivação teria sido passional”, disse, anteriormente, o delegado.
Cleiton foi encontrado, morto, por uma amiga, na cozinha próximo da porta de saída. Segundo o investigador da DHPP José Carlos Souza, o gerente tomou o primeiro tiro enquanto estava deitado e, em seguida, houve mais disparos. “O assassino ainda tentou sair com a moto de Cleiton, mas acabou caindo nas proximidades e a abandonou. No dia do fato ele (suspeito) aproveitou que a esposa tinha viajado para cometer o crime”.
A princípio, o caso era investigado como um possível latrocínio. Hipótese que foi descartada ao longo da investigação. Cleiton foi sepultado em Sinop.