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Censo 2020 é o principal desafio para nova presidente do IBGE

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Agência Brasil

A nova presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Susana Cordeiro Guerra, disse hoje (22), ao tomar posse no cargo, que o censo 2020 é o principal desafio da instituição.

De acordo com Suzana, é complicada a situação do IBGE às vésperas do censo, um grande levantamento demográfico que é feito a cada 10 anos. A previsão da pesquisa é cobrir 213 milhões de pessoas, em 71 milhões de domicílios urbanos e rurais, com mais de 240 mil contratos temporários de recenseadores.

“O desafio de implementar um censo dessa dimensão em uma instituição na situação do IBGE vai ser monumental. Vamos enfrentá-lo. Com respeito às boas práticas de qualidade e responsabilidade, que são da tradição da casa, e ao mesmo tempo uma sede por soluções de ponta. Vamos usar todos os recursos possíveis, pensando sempre na situação atual e fiscal do país e nas suas dificuldades. E vamos usar a nossa criatividade e coragem, que é praxe da casa, para entregar um censo aderente às melhores práticas”, afirmou.

Ela disse que tem conversado com toda a equipe do IBGE para entender “a complexidade” da instituição e destacou a missão de “retratar o país dos mais diversos ângulos” e de ser “o coração da produção de dados e informações” que alimenta as decisões governamentais. Segundo Suzana, o IBGE sofre com a perda de pessoal – de 7 mil funcionários caiu para 5 mil, atualmente. “Em oito anos, o IBGE perdeu mais de 30% de seus funcionários e corre o risco de perder mais 30% com os que aposentáveis este ano.”

Venda de imóveis
Presente à cerimônia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que o IBGE, ainda sem orçamento para o censo 2020, venda algum dos prédios que tem no Rio de Janeiro e destine a verba à realização da maior pesquisa do país.

“São três sedes, seis prédios, faltam recursos para o censo, mas o presidente fica de frente para o Pão de Açúcar, a diretoria fica no centro e a turma da ralação fica aqui [no prédio da Rua General Canabarro, na Tijuca, onde ocorreu a cerimônia de posse]. Então, quem sabe, a gente vende os prédios aí e coloca o dinheiro para complementar, para fazer o censo bem feito. Devia estar todo mundo junto num prédio só. Dentro desse espírito de acabar com os privilégios: é acabar com a vista para o mar do presidente.”

Perguntas demais
Para Guedes, o censo “tem perguntas demais” e precisa ser “simplificado”.

“O censo de países ricos tem 10 perguntas, o censo brasileiro tem 150, e o censo do Burundi tem 360 perguntas. Quem pergunta demais acaba descobrindo coisa que nem queria saber. Então, eu sugiro que sejamos espartanos, façamos uma coisa bem compacta, façamos o essencial, e nós vamos tentar de toda forma ajudar.”

Guedes destacou o currículo de Suzana e afirmou que o IBGE sempre foi “um pano de fundo na vida de todos os brasileiros, seja nos momentos ruins, como na hiperinflação, ou nos bons, com os dados sobre os efeitos das políticas públicas”.

Ele disse que se sente “superbem” ao nomear Suzana. “Tenho usado essa fórmula no antigo Ministério do Planejamento: preserva o corpo, com alguém que conhece profundamente a máquina, mas põe também uma dose de inovação, que é justamente para os novos desafios que vêm pela frente. Estou muito tranquilo quanto à capacidade deste grupo, [que] tem excelentes profissionais”.
A nova presidente do IBGE fez pós-graduação no Instituto de Tecnologia de Massachusetts e em Harvard, nos Estados Unidos. No Brasil, trabalhou como pesquisadora visitante no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na Fundação Getulio Vargas (FGV) e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Especialista em reforma do Estado, descentralização e setor público, Suzana trabalhou no Banco Mundial e com governos na África, América Latina e Ásia.

Na cerimônia de posse, Suzana destacou que está há 20 anos fora do Brasil e que retorna para servir ao país.

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