O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou, há pouco, em Sorriso, que a ferrovia Ferrogrão “vai sair do papel sim, vai ser construída. É fácil? Não é fácil ! É difícil”. “As missões difíceis são para Jair Bolsonaro !”, declarou, em discurso para centenas de produtores rurais que acompanharam a solenidade do plantio da safrinha de milho e encerramento da colheita da soja. O governo federal está fazendo os procedimentos de licenciamento para cumprir as etapas legais e quer fazer a concessão este ano para a ferrovia começar a ser construída. O vice-presidente não falou em prazos. O projeto original prevê que a Ferrogrão ligue Sinop a Miritituba, no Pará, onde tem porto para escoar a safra. Sorriso e Lucas do Rio Verde devem ser inseridos na etapa complementar por onde os trilhos vão passar. O projeto original prevê investimentos de R$ 12 bilhões que serão feitos em parceria de multinacionais do agronegócio e poder público. Um terminal de cargas deve ser construído em Sinop e outro em Matupá.
Mourão destacou a força do agronegócio mato-grossense – campeão na produção de soja, milho, gado e outras culturas. “O agronegócio é um dos responsáveis pelo país ser uma grande potência. Temos que melhorar a infraestrutura e resolver o problema da BR-163”- corredor de transporte de grãos para portos no Pará – o governo Bolsonaro definiu como prioridade concluir a pavimentação de cerca de 170 km que faltam. “A mensagem que quero dizer aqui é de cumprir uma promessa de vir ao Mato Grosso, olhar essa pujança e ter orgulho. Aqui a gente respira trabalho, respira Brasil”. “Mato Grosso é Estado muito pujante. Cada pessoa que está aqui, não só em Sorriso, mas em todo o país quer que a coisa pública seja gerida dentro dos princípios básicos da legalidade, que haja eficiência das atividades do poder público, com agilidade !”, discursou o vice.
“Vamos por ordem na casa. Tem muita gente pensando em carnaval e nós estamos pensando em trabalho, no progresso”, acrescentou, referindo-se a reforma na previdência que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) está finalizando com a equipe econômica para ser votada pelo Congresso.”Se não fizermos dever de casa, em 2022 o governo para. Só vai pagar salário e aposentadorias. Não vai ter dinheiro para custeio nem investimentos”, defendeu, acrescentando que o sistema previdenciário atual não beneficia muitos trabalhadores pobres que encontram grandes dificuldades para se aposentar porque “beneficia os mais ricos. Aqueles que estão no serviço público recebem os maiores benefícios, enquanto aqueles que labutam a vida inteira de sol a sol, na chuva, no campo, recebem menos. Precisamos consertar isso”. “A partir da reforma teremos condições de resgatar investimento necessário”, acrescentou.
Mourão também defendeu que o governo faça a reforma tributária, “sistema caótico, que representa 35 do nosso PIB”. “Temos que reduzir nossa carga de impostos”, defendeu, apontando várias distorções no sistema atual que é um fardo pesado para o setor produtivo. Ele encerrou seu discurso repetindo o que o presidente Bolsonaro defende desde a campanha eleitoral: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
O vice-presidente almoçou em Sorriso e retornou a Brasília no início da tarde. A ministra da Agricultura, Tereza Garcia, não compareceu porque tem compromissos no Nordeste. Ela esteve, na 4ª feira, em Campo Novo dos Parecis, para encontro com indígenas produtores que estão cultivando soja em parte da reserva indígena.
O governador Mauro Mendes esteve na solenidade com o vice-presidente assim como prefeitos da região, dentre eles Rosana Martinelli, de Sinop, Luiz Binotti, de Lucas do Rio Verde, parlamentares e dirigentes de entidades do agronegócio.
Conforme Só Notícias já informou, Mourão chegou em avião da Força Aérea Brasileira, acompanhado de parlamentares federais, e foi recebido pelo prefeito Ari Lafin (PSDB), que entregou ao vice-presidente pedido para o governo federal construir um hospital público em Sorriso.