O enredo parecia diferente: 3 a 0 marcados com alguma rapidez. Mas é o Atlético. É o Atlético do sofrimento, das classificações heroicas no último minuto com o goleiro defendendo a bola com o pé esquerdo, dos jogos para cardíacos. Então, se é esse Atlético, a classificação para a próxima fase da pré-Libertadores, diante do Danúbio, na noite desta terça-feira, no Independência, não seria fácil e, de fato, não foi, com o placar final em 3 a 2.
O Galo abriu o placar aos 14 minutos. Dez minutos depois já tinha marcado mais um e depois de instantes outro. O volume atleticano era incrível. Muita intensidade. O Danúbio, todavia, não sentiu a pressão do jogo. Organizou-se em campo e buscou um gol ainda no primeiro tempo. No segundo tempo, pressionou o Galo em sua própria casa e marcou outro. A tensão ficou clara no Independência, mas a classificação chegou.
A árdua classificação não pode esconder as claras falhas atleticanas na segunda fase da pré-Libertadores. As críticas dos torcedores devem ser ouvidas e Patric, que já não conta com prestígio, não podem passar em vão. Os erros em posicionamentos de Elias também precisam ser ressaltados e a inatividade de Chará deve ser levada em consideração.
O Atlético espera agora o resultado de Defensor e Barcelona Guayaquil, em dia e horário a serem revelados.
Ao contrário do esperado, o Danúbio não chegou ao Independência com uma postura totalmente fechada. É comum, mesmo com o resultado contrário, as equipes uruguaias e argentinas segurarem mais a partida nos minutos iniciais.
Com o Danúbio indo para o ataque, trocando passes, o Galo se segurou nos primeiros minutos. Trocou mais passes, foi mais estudioso. O Danúbio teve uma chegada, não levou tanto perigo, mas mostrou volume que a equipe teria em campo.
O Galo não esperou outras oportunidades. Aos 14 minutos, em boa jogada pela esquerda, o meia Cazares recebeu a bola no meio campo e chutou forte. O goleiro pegou, mas no rebote Luan mandou para o fundo do gol, de cabeça.
Após o tento, o Atlético cresceu em campo. O volume alvinegro era maior, era mais forte, mais intenso. No lance seguinte ao gol, Elias por pouco ampliou.
Aos 23 um belo lance no Independência. O atacante Ricardo Oliveira, no auge dos seus 38 anos, pegou a bola no meio campo e partiu para o ataque. Ele driblou três adversários e foi parado com pênalti, pelo goleiro. Na cobrança, ele mesmo afundou as redes.
Dois minutos depois, o Galo chegou ao terceiro tento. Em belo lançamento de Cazares para Ricardo Oliveira, o atacante driblou o goleiro e mandou para o fundo das redes.
O Galo tinha muito mais volume em campo e não deixava o Danúbio respirar. A equipe uruguaia tentou se organizar em campo, respirar, ganhar um folego. Aos 43, em cruzamento na área, Patric tentou tirar a bola e pegou a cabeça do atacante. O árbitro marcou pênalti, convertido por Grossmuller.
O Atlético não conseguiu voltar com o mesmo volume para a etapa complementar. A equipe trocava passes em seu campo, mas não era agressiva ao ponto de alcançar a meta adversária. O Danúbio buscou mais gols.
Aos 12, em chute de longa distância, Silas, em felicidade pouco vista, colocou a redonda no ângulo do goleiro Victor. A torcida se assustou com o segundo tento, afinal, mais um gol do Danúbio complicaria a vida alvinegra.
O jogo passou a ficar tenso. O Danúbio passou a jogar mais no campo ofensivo, e o Galo apostava nos contra-ataques, jogando com um medo inexplicável. O volume visto outrora já não existia, o pequeno clube uruguaio se agigantou na frente do Atlético.
A equipe mineira conseguiu alguns contra-ataques, o principal deles com Cazares mandando na trave.