Ex-morador de Arenápolis (258 km a médio-norte de Cuiabá), João Paulo Pizzoni Valadares Mattar, 37, é uma das pessoas que estão desaparecidas após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, Minas Gerais. Ao total, são 199 que ainda não foram encontradas.
Ele era casado com Rosilene Ozório Mattar, 48, uma mineira que conheceu trabalhando na empresa. Ela foi encontrada sem vida. Segundo a sua irmã, a enfermeira Janna Pizziani, João Paulo é natural de Belo Horizonte, mas veio ainda bebê para o interior mato-grossense, onde ficou até os 20 anos.
Portador de uma doença na coluna, ele começou a trabalhar na Vale por indicação de amigos e familiares. Lá, exerceu função de mecânico, até que foi transferido para o setor administrativo.
“Por ele ser portador de necessidade especial ele começou a fazer curso e teve a oportunidade de ir para Vale, teve apoio na época de um vereador que não me lembro o nome e da minha família também”, explicou.
Apesar de trabalharem juntos, eles estavam em setores diferentes no momento do rompimento da barragem. Os dois estavam casados desde 2011 e não tiveram filhos.
“A minha vida desde que aconteceu tem sido de ir e voltar para cá. A gente vai no IML [Instituto Médico Legal] e não tem nada. Estamos em busca, é esperança. Mas acho que infelizmente agora é só o corpo mesmo, já não tem chance nenhuma de ter alguém com vida”, disse a irmã.
Nesta terça-feira (5), completa-se 12 dias de buscas por desaparecidos no local. De acordo com o último balanço divulgado pelas autoridades há 134 mortes. Outras 395 pessoas foram localizadas com vida.
Nas buscas, bombeiros contam com máquinas anfíbias, drones, botes, helicópteros, escavadeiras, retroescavadeiras e cães farejadores.