O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas e Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados, Serviços de Informática Similares e Profissionais de Processamento de Dados do Estado de Mato Grosso enviaram uma nota rebatendo a fala do governador Mauro Mendes, em entrevista à rádio Vila Real, na sexta-feira, onde disse que “recebeu documento assinado por servidores dizendo que do jeito que está a MTI hoje não é viável”.
Os representantes do sindicato dizem que “protocolaram um documento junto ao governo mostrando que os servidores estão à disposição para enfrentar novos desafios e fortalecer a MTI agregando valor à nova gestão. Sabemos que podemos contribuir para o melhor funcionamento da saúde e da educação garantindo segurança ao estado através de soluções inovadoras que possam contribuir com o equilíbrio fiscal e demais necessidades. Portanto, confirmamos a viabilidade da nossa empresa”.
No documento apontam ainda que “ em 45 anos de atividade a Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação tem sido o instrumento do Estado para alcançar as melhores soluções nas áreas da tecnologia da informação, mas nas últimas décadas, foi afetada por gestões estaduais que impactaram na sua forma de atuação e definição de prioridades. Contudo, o não funcionamento do Sistema Estadual de Tecnologia – que atribui para a Secretaria de Planejamento (Seplan) a gestão da tecnologia, e para a Secretaria de Gestão a aquisição de equipamentos e serviços deixando para a MTI a responsabilidade de operacionalizar os sistemas e a infraestrutura corporativas do governo tem trazido prejuízos”.
O atual plano de governo menciona novos investimentos na modernização planejada da infraestrutura da MTI com vistas à centralização do armazenamento de dados e a gestão da TIC dos órgãos do Governo. “Nós servidores, acreditávamos que seria meta desta gestão e fomos surpreendidos com a notícia de extinção da MTI. A falta de atenção do governador ao funcionamento da tecnologia no Estado nos assusta. Faltam diretrizes e priorizações. Cada secretaria gasta o que quer sem padronização. Aquisições demoram cerca de 3 anos. Em Mato Grosso faltam recursos, mas mesmo assim se gasta na aquisição de novos Data Centers sendo que a MTI já possui uma ampla central para atender corporativamente toda a gestão. Neste contexto, fica inviável “alcançar resultados” diante deste “desastroso controle” de recursos tecnológicos.
Mauro Mendes havia anunciado na quarta-feira, corte de 25% dos cargos comissionados da MTI, e disse em entrevista que o Estado vai continuar contando com uma empresa, possivelmente privada, cuidando da parte da informática. Porém o sindicato dos trabalhadores da MTI aponta que não podem concordar com a afirmação de que a tecnologia do Estado. “Os dados e informações da máquina estatal são estratégicos e devem ser mantidos na administração pública. Não podemos permitir a entrega destes valiosos dados a empresas privadas. Este serviço é indelegável e o governo deve pautar pela proteção dos dados sigilosos do estado; pela segurança de suas informações e pela continuidade do negócio”.
Hoje, a MTI atende cerca de 174 clientes nas esferas estadual, municipal e federal e ainda nos três poderes. Com seus servidores cedidos para mais de 21 órgãos, tem atuação direta nos resultados alcançados por estes clientes, como a manutenção de inúmeros sistemas da Secretaria de Fazenda, como Nota Fiscal Eletrônica, Conhecimento de Transporte Eletrônico, Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica, Arrecadação, Certidão Negativa de Débito integrada SEFAZ/PGE, Conta Corrente Fiscal, Índice de Participação de Município, IPVA, entre outros.
Atualmente, a empresa mantém mais de 56 Sistemas Corporativos e Críticos somente pelos servidores na sede da empresa, sendo o MT Cidadão, FIPLAN MT, OBRAS, DÍVIDA PÚBLICA, CONVÊNIOS, DETRANNET, TOTEM-DETRAN, Vistoria Eletrônica, Talonário Eletrônico, Leilão Detran, o Sistema de Protocolo, Sistema de Aquisições, Sistema de Vigilância Animal, Vegetal e Madeira, os Portais dos órgãos, entre outros. Ainda em sua estrutura tecnológica, são mantidos mais de mil servidores virtuais e físicos, 260 aplicações, 60 km de fibras óticas, mais de 20000 chamados de serviços atendidos por ano e mais de 4000 chamadas de software também por ano.