A Procuradoria Regional Eleitoral ajuizou representação contra o deputado federal reeleito, Carlos Bezerra, (MDB) por arrecadação e gastos ilícitos de recursos na campanha eleitoral de outubro passado. Ele declarou que recebeu R$ 1, 883 milhão e as despesas contratadas foram de R$ 1,791 milhão. O parecer técnico conclusivo da Justiça Eleitoral (Coordenadoria de Controle Interno e Auditoria do Tribunal Regional Eleitoral) concluiu que houve graves infrações de arrecadação e gastos de recursos, como número de pessoas ligadas à campanha e não declaradas, veículos e abastecimentos não contabilizados, além da malversação de recursos públicos oriundos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.
A procuradoria destaca que Bezerra “incorreu em graves infrações na arrecadação e gastos de recursos, com destaque ao expressivo número de cabos eleitorais, veículos e abastecimentos não contabilizados, ademais da aplicação irregular de R$ 293, 9 mil do FEFC”. “Apesar de ter lhe sido dada oportunidade na prestação de contas, o candidato não prestou os devidos esclarecimentos no momento oportuno. Agora, a matéria será aprofundada em novo processo, que pode culminar com sua cassação”, informa a assessoria da procuradoria.
A procuradoria pediu a justiça a quebra do sigilo bancário das contas de campanha, de Bezerra e, ainda, das mais destacadas pessoas e fornecedores envolvidos nas irregularidades para que se obtenha mais detalhes da real movimentação financeira do período de campanha junto aos contratados: responsáveis por abastecimentos e respectivos fornecedores, locações de veículos, hospedagens, prestadores de serviço e pessoas favorecidas pelos abastecimentos. Especialmente porque evidenciados pagamentos de despesas com recursos públicos do fundo.
A PRE aguarda agora o julgamento da representação, que pode culminar com a cassação do diploma de Carlos Bezerra.