O Flamengo apresentou, esta tarde, o novo técnico para a temporada de 2019, Abel Braga. Em entrevista coletiva realizada no Centro de Treinamento George Helal, o treinador falou com a imprensa ao lado do Diretor de Futebol, Carlos Noval, e do Gerente de Futebol, Paulo Pelaipe. Na entrevista, Abel lembrou sua primeira passagem pelo clube, pela experiência adquirida nos 14 anos de distância do Flamengo, da nova estrutura e sobre as expectativas para 2019.
Carlos Noval iniciou a conversa com os jornalistas introduzindo o treinador, a quem disse “não precisa de apresentação”. “Abel tem vários títulos, tem espírito vencedor. Tudo o que o Flamengo sempre quer e o que a torcida quer está personificado na figura do Abel. Estamos todos querendo esses títulos e ele será a pessoa que vai liderar esse processo”.
“O Flamengo tem a maior média de público dos últimos brasileiros. Isso mostra o que é esse clube e sua grandeza. Isso é desafio. E eu gosto de desafios. Eu venho com fome e é extremamente importante poder dar algo mais ao Flamengo nessa hora”, disse, por meio da assessoria.
“Posso dizer que o Marcos Braz viajou e não foi a passeio. Foi conversar. Não paramos de trabalhar em nenhum dia. Ficávamos seis, sete, oito vezes no telefone por dia. Mas tem a diferença do que a imprensa coloca e a realidade do clube. Então tem que ter um jogo de cintura muito grande. O torcedor pode ter certeza de que virão jogadores e estamos trabalhando muito. A gente crê que precisamos ter um pouco mais de identidade. Porque, do lado de fora, o torcedor tá mostrando isso. Não é normal, na última rodada do Campeonato Brasileiro, que não valia nada, colocar 70 mil pessoas no estádio. O torcedor do Flamengo tem mentalidade de clube europeu. Não imposta a posição, o torcedor vai. Nós somos obrigados a ter uma identidade com isso e saber o que essa camisa representa”.
“O Abel Braga de 2004 tinha nove títulos. Ganhamos o Carioca e chegamos uma final de Copa do Brasil. Tínhamos três jogadores diferenciados, Felipe, Julio Cesar, ainda muito novo, e Zinho. Eu tinha nove títulos, ganhei o décimo aqui e depois mais 14 títulos. Isso que mudou”.
‘Ele tem contrato até o meio do ano, depois está livre. Falou-se de proposta, conversamos com ele e estamos trabalhando para um acordo. Meu limite com a diretoria é dizer quero ou não quero. Salário, tempo e outros assuntos, é tudo com a diretoria. Ele tem identificação, tem muito caráter, se dedica demais e eu já ouvi que o ambiente muito bom do Flamengo se deve bastante a ele”.
“Não gosto de fazer promessa não. Prometo muito trabalho? Óbvio. Se não trabalhar, não joga. Essa identidade, eu conheço. Tem que haver maior. Tem que ser maior. Os torcedores estão indo. Não é normal começar todo ano com favoritismo e depois, na hora que tem que vencer, alguma coisa não corre bem. É isso que teremos que descobrir. Quero que o torcedor saiba que vou tentar identificar a situação e criar algo semelhante do que acontece na arquibancada para o campo. Em 2004, eu senti na espinha com aquela música “Poeira”. Ali entendi bem. E jogando contra o Flamengo também sentimos isso”.
“Depois da coletiva, terei uma reunião com a comissão e vou conhecer a parte nova do CT. Estou maravilhado com o que vi. É um clube diferente. O estágio que alcançou, onde chegou e como chegou. Foram pessoas que pensaram de forma correta, no melhor caminho e os obstáculos foram sendo superados”.
“Queremos ganhar o máximo que pudermos. Mas sempre priorizar ganhar o próximo jogo. Acho que estrategicamente foi cometido um erro nesse ano. Quando colocaram equipe titular no Estadual, tendo outras competições, não ia suportar. O time não suporta. Ninguém prepara uma equipe para 80 jogos em 17 dias. E até o meio de fevereiro o torcedor terá que entender que não teremos a equipe titular. Vai ter que rodar. Se o cara jogar quarta e domingo, não treina. E na frente paga o preço”.
“O Dourado é um cara diferente. Um grande homem, um grande caráter. Me deu provas inúmeras vezes dessa qualidade. E, com certeza, ele terá a chance de tentar reverter a fase comigo. Antes de eu chegar no Fluminense, ele deu azar de estar substituindo o maior ídolo do clube, o Fred. O que falei é que ele ia jogar um jogo sabendo que iria jogar o outro também. Ter sequência e confiança. Então ele começou a deslanchar. Lá esse precisava de carinho. E acabou se tornando uma peça fundamental dentro do grupo com as atitudes. Eu ficarei imensamente feliz que ele possa voltar a fazer aquele ano dentro do grupo. E nós contamos com aquele Dourado de 2017”.