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Produtores relatam perdas de até 30% na soja por conta do clima

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Redação Só Notícias (foto: Modesto Félix Daga)

A irregularidade dos estágios de desenvolvimento da nova safra de soja do Brasil dificultam a contabilidade da extensão da quebra em função do clima. Enquanto isso, porém, os sojicultores seguem relatando perdas na maior parte dos estados produtores da oleaginosa, nos mais diferentes níveis, com diversas realidades sendo observadas em uma mesma região.

Como explica a diretora da Labhoro Corretora, Andrea Cordeiro, o estado que lidera a quebra é o Paraná, seguido pelo Mato Grosso do Sul, mas as baixas ainda não podem ser quantificadas em sua totalidade.

Além do mais, há chuvas voltando à regiões que vinham sendo afetadas pela estiagem de dezembro. Entretanto, os volumes seguem baixos e com distribuição irregular, o que também dificulta aos produtores e consultorias, neste momento, avaliarem o potencial de recuperação das lavouras. E há ainda as áreas onde as chuvas também não chegaram.

“Temos que nos atentar para o fato de o plantio ter sido antecipado e de estar concentrado em pequenas janelas. O produtor aproveitou as chuvas e foi para o campo tentar garantir uma boa janela de plantio, até mesmo porque as chances de um El Niño eram menores e, no Sul mesmo não se projetava esse veranico”, explica a analista da Labhoro.

Como relata o vice-presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro, “se as chuvas não vierem, a coisa será ainda pior no Paraná”. Segundo relato do produtor, a colheita segue em andamento no estado e há locais onde as produtividades se mostram entre 15 e 17 sacas por hectare dados os problemas com a seca.

A intensidade da quebra, como explicou Sismeiro, depende da época do plantio, da cultivar escolhida e do tempo de ciclo das plantas. A recuperação, portanto, só será possível nas lavouras plantadas um pouco mais tarde. “Áreas de Guarapuava, Ponta Grossa, locais mais ao norte do estado tem maior chance de recuperação”, disse. “A situação é mais grave em pontos como o Noroeste e Oeste do Paraná”.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta-feira (2), o diretor do Sindicato Rural de Cascavel, Modesto Félix Daga, relatou perdas de até 30% na produtividade da soja do município em decorrência da falta de chuvas. Nesse caso, ainda segundo ele, nem mesmo as chuvas previstas para os próximos dias poderão reverter este cenário.

“O que acontece em nossa região é que a grande maioria das áreas não recebeu chuvas nos últimos 30 dias, algumas regiões até 40 dias sem chuvas. Outro fator muito preocupante para nós é a temperatura que está acima da média e faz com que a planta sofra muito mais”,
diz Daga.

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