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Sai Michel entra Jair

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Alexandre Garcia

Na próxima terça-feira assume o governo escolhido pela maioria dos eleitores. Bolsonaro e os brasileiros hão de agradecer a Michel Temer pelo governo de transição que atenuou o caos Dilma. Em 2016 a economia encolheu 3,5%, o desemprego foi a 12 milhões, a corrupção se havia institucionalizado. Temer e seus auxiliares da área econômica entregam o país com economia em alta e desemprego em baixa. Mas o estrago foi muito grande, porque enfraqueceu o moral nacional. E não é apenas o produzido pela corrupção generalizada; foi também a deliberada ação para fragilizar a vontade nacional.

Em 2019, Brasil e Indonésia são anunciados como os emergentes da vez. A Indonésia está no noticiário de novo por causa de tsunami decorrente de terremoto e vulcão. Desastres naturais são rotina no país. A Indonésia deixou de ser colônia há 70 anos. O Brasil deixou de ser colônia em 1822. Mas a Indonésia já é a sétima economia do mundo e nós somos a oitava. E nós não temos vulcões, terremotos e tsunamis. Nem estamos divididos em mais de 17 mil ilhas. Mas nos dividiram entre nós mesmos. Por cor da pele, por renda, por sexo, por região. Substituímos, nós mesmos, os desastres naturais. Destruímos nossas ferrovias, nossa navegação de cabotagem, nossas cidades, nossa paz social, nossos empregos, nossas bases familiares, nossa nacionalidade.

O novo chefe do Executivo está há 28 anos no Legislativo; é  mais político que militar, e deve saber o tamanho das mudanças que seus eleitores querem. Seu núcleo econômico vai ter que promover reformas, a primeira delas da Previdência – e vai precisar de votos no Congresso. Vai ter que tirar as amarras da economia, a insegurança jurídica, para liberar investidores para crescer e gerar renda e emprego. Sérgio Moro vai ter que praticar no executivo o que fez no Judiciário: mostrar que é preciso estar do lado da lei e não do bandido – e essa foi a vontade da maioria dos eleitores. As áreas da política de Educação, Exterior e Social, vão ter que desfazer as malfeitorias para reconstruir o que é a força de um país: família, soberania, nacionalidade, união, cidadania.
Nesses últimos anos, houve um despertar da democracia, graças às redes sociais, que deram voz a cada brasileiro. Quando Marco Aurélio, na semana passada, tentou soltar 169 mil criminosos, minutos depois o povo estava protestando ao lado do Supremo – convocado pelo celular de cada um. Por ele, a cidadania cansada de ser enganada vai poder acompanhar o governo e os representantes que elegeu. Acompanhar será fiscalizar, apoiar, criticar – participar. Dia 1º sai o reserva, entra o titular, e um estilo novo de jogo vai começar.

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