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Secretarias ‘travam’ emissões de notas-guias e indústrias madeireiras têm prejuízos há uma semana

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Só Notícias/Cleber Romero (fotos: divulgação - atualizada 11:53h)

O setor madeireiro está há mais de 7 dias com as atividades de transporte de produtos florestais paralisadas em todo o Estado. O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), Sigfrid Kirsch, disse, há pouco, em entrevista ao Só Notícias, que não está sendo possível emitir notas fiscais para os clientes através do sistema da secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). Também não estão sendo emitidas guias florestais (GF) que possibilitam autorizações para transporte.

“Está um verdadeiro jogo de empurra entre a Sefaz e a secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). É um jogando a culpa para o outro. Com isso, estamos há mais de 7 dias sem conseguir emitir nota fiscal. Estamos paralisados sem conseguir faturar. Caminhões parados e caminhoneiros esperando para conseguir viajar e passar final de ano com à família e não podem sair esperando esses documentos. Não temos previsão de nada. O governo não nos dá uma posição e não falam o que está ocorrendo. Os sistemas são interligados, não autoriza e da erro”, critica o presidente.

Kirsch apontou ainda que o prejuízo é incalculável. Além do prejuízo financeiro nas empresas tem o pessoal dos caminhoneiros que estão longe das suas famílias impedidos de poder viajar. O funcionário que veio para Sinop, por exemplo, de outro Estado para carregar e não sabe se poderá voltar para passar ano novo com seus familiares. É humilhante isso. O sistema não deixa trabalhar. Não se pode liberar um caminhão carregado com madeira. É crime ambiental e ainda dá prisão. Todo o Estado está parado”.

O presidente do Sindusmad explicou que dirigentes do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT) estão buscando soluções com a Sefaz. “Estão verificando in loco para saber o que está ocorrendo. Além disso, será tomada as medidas judiciais para responsabilizar os responsáveis por essa falha. É um descaso com o terceiro maior setor produtivo”, concluiu.

Há pouco, a Federação das Indústrias de Mato Grosso informou que, na região de Alta Floresta, são 50 carretas paradas desde o dia 20, com R$ 2 milhões em cargas e o vice-presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte), Frank Rogieri de Souza, informou que não foram feitos novos carregamentos justamente em função do problema.

O presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira (que foi já secretário de Fazenda) a demora em normalizar a emissão das guias é muito preocupante pois paralisa um segmento industrial inteiro. “A economia do estado sofre com isso, tanto pela falta da arrecadação quanto pelo prejuízo aos empresários da indústria de base florestal, que vão arcar com diversos custos não previstos e estão sujeitos a multas contratuais, tanto para as transportadoras quanto para clientes. Trata-se de problema recorrente e a Fiemt vai cobrar uma solução definitiva do governo”, afirma, através da assessoria.

Outro lado

O Governo de Mato Grosso, por meio das secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema) e de Fazenda, informou que a comunicação entre o Sisflora e o sistema do Ibama já foi reestabelecida. Os programas estão funcionando normalmente e usuários já podem emitir as guias florestais.

Informou ainda que a falta de sincronia entre os sistemas teve início na última sexta-feira, devido a uma alteração realizada pelo Ibama para das informações que geram o Documento de Origem Florestal (DOF). A Sema recebeu os novos endereços no sábado pela manhã e desde então iniciou o trabalho remoto para atualização dos dados no Sisflora.

“Em novo contato com a Superintendência de Tecnologia do Ibama, hoje de manhã, as equipes de tecnologia da informação da Sema e da Sefaz se mobilizaram para solucionar o problema, publicando uma nova versão do Sisflora. Será criada uma força-tarefa para atuar na prevenção, evitando que problemas como este não ocorram no futuro”.

(Atualizada às 17h43)

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