A justiça de Nova Ubiratã (168 quilômetros de Sinop) converteu a prisão em flagrante dos cabo Jalles Souza Dutra de Sinop e do soldado PM Cesário, lotado em Santa Carmem, para preventiva, em audiência de custódia, esta manhã. Com isso eles serão transferidos para um presídio militar em Cuiabá. “A justiça entendeu que é melhor manter eles presos para não atrapalharem nas investigações”, resumiu o comandante regional da PM, coronel Valter Razera.
Os dois militares são acusados de envolvimento na invasão a uma fazenda em Santo Antônio do Rio Bonito, distrito de Nova Ubiratã, que resultou em tiroteio com dois mortos e outros três presos, além dos policiais.
O comandante disse, anteriormente, que os dois militares já respondem a inquérito policial por infrações administrativas e podem ser expulsos da corporação. É investigada a participação de mais um soldado, que seria lotado em Sinop, na invasão da fazenda.
O delegado de Polícia Civil, André Ribeiro, também confirmou, ao Só Notícias, que mais um acusado de invadir a fazenda se apresentou na delegacia. “Ele estava fora de flagrante e não foi preso. Agora as investigações continuam. Quem decide se será preso ou irá responder em liberdade será o juiz. Ele negou as acusações”.
O grupo foi preso após a Polícia Militar de Sorriso, ser acionada para fazer segurança de oficiais de justiça que foram verificar se a fazenda havia sido invadida. “Quando a polícia chegou, algumas pessoas correram para mata, foi feito acompanhamento, teve primeiro confronto (tiroteio), o oficial de justiça entrou em contato (por celular), informando da troca de tiros. Acionamos as equipes da Força Tática de Sorriso e Sinop, que com apoio do Ciopaer (com helicóptero) fizeram o cerco, do mesmo modo que fazemos em operações de roubo a banco porque o poder de fogo (dos criminosos) já foi observado”, disse, anteriormente, o major Jorge Almeida, comandante da PM em Sorriso.
Dois invasores morreram na troca de tiros com os policiais, após isso “a esposa de um dos militares que estava envolvido na invasão e escondido na mata entrou em contato com a PM combinado que eles se entregariam. Ela, o advogado e um cinegrafista acompanharam a rendição dos dois. “Fizemos a abordagem policial, eles foram colocados no camburão e encaminhados à delegacia. Eles só relataram que são inocentes, não falaram detalhes, não tivemos acesso aos depoimentos mas tem bastante provas robustas que vão ser colocadas em relatório e vamos encaminhar para Polícia Civil e para a PM abrir inquérito apontando a participação desses dois policiais militares e mais um que está foragido e participou do cárcere privado, do roubo das armas da fazenda”, acrescentou Almeida.
Ainda segundo o comandante, “o caseiro (da fazenda) relatou que foi obrigado a fazer comida para todos eles, mais de 20 (invasores), no passar do dia diminuiu o número de pessoas. Disse que eles praticavam tiro ao alvo em animais e teve um dia que chegou sacos com munição e armamento na fazenda”.