Internado em um hospital particular de Sorriso, o piloto Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, gravou um vídeo agradecendo pelas orações e sua recuperação após ser resgatado onde o avião modelo Neiva EMB-201A, que pilotava cair e pegar fogo em uma floresta no distrito de União do Norte, em Peixoto de Azevedo (197 quilômetros de Sinop), no dia 3 deste mês. “Estou me recuperando. Graças a Deus só falta os braços que foram queimados. Vou fazer um tratamento que vai recuperar bem. Acredito que mais duas semanas estou voltando para Primeiro de Mario (cidade onde reside, no Paraná). Estou gravando esse vídeo para agradecer a todos que se comoveram e fizeram orações por mim”, disse.
Esteves foi encontrado no dia 7 deste mês pelas equipes de buscas às margens de um córrego, debilitado e com algumas queimaduras no braço e no rosto devido as chamas que atingiram o avião. Ele teve 25% da superfície corpórea com queimaduras de 2º e 3º – membros superiores, face e abdômen. Ele foi transferido do Hospital Regional de Peixoto de Azevedo para Sorriso, no dia 8 deste mês.
Na semana passada, foi submetido a um procedimento cirúrgico de remoção de pele do corpo para transplantá-la na região dos braços. Ele segue internado, estável, lúcido, orientado, se alimentado por via oral, respira sem ajuda de aparelhos, mas sem previsão de alta.
Segundo os bombeiros de Colíder, Maicon sobreviveu comendo bolachas. “Instantes antes da queda, conseguiu notar uma estrada próxima da mata e relatou ter usado o celular, mas a bússola indicava um caminho reto pela floresta. Com queimaduras no rosto e braços, ele caminhou pela floresta e relatou, instantes após ter sido encontrado, que era impossível fazer o deslocamento em linha reta, já que é preciso contornar árvores e cipós. Nessas voltas ele se perdeu, não encontrou a estrada e andou muito mais do que esperava andar”.
A versão investigada é que a aeronave estava sendo levada para ser avaliada em uma possível venda em Alta Floresta, mas acabou caindo e pegando fogo. De acordo com o proprietário Nelcir Mauro Formehl, o avião foi comprado no “ano passado e foi feita toda a revisão dele, mas não havíamos lançado ainda no sistema [da Anac]. Estava parado no Rio Grande do Sul, mas fizemos todas as revisões”, explicou.
Segundo consta no Registro Aeronáutico Brasileiro, a aeronave estava com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) cancelado. O procedimento não havia sido renovado desde setembro de 2010.