Dia de festa, de homenagens, mas de pouco futebol. Assim pode ser resumida a partida entre Corinthians e Chapecoense, que se enfrentaram neste domingo, na Arena de Itaquera, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, e não saíram do 0 a 0. Salvo os inícios do primeiro e do segundo tempo, a morosidade e a falta de inspiração ofensiva tomaram conta do duelo, que ficou marcado pelas despedidas de Danilo e Emerson Sheik.
Os primeiros 45 minutos foram de momentos bastante distintos. Inicialmente, o jogo foi bastante movimentado, com o Corinthians tomando a iniciativa, mas sofrendo com o contra-ataque e as bolas paradas da Chapecoense. Depois de ambos os times perderem boas chances em menos de 45 minutos, a intensidade deu lugar a morosidade e as chances claras tornaram-se uma sequência de arremates sem direção. Aos 44, Leandro Pereira ainda perdeu grande chance para o time catarinense.
Nos 45 minutos finais, foi a Chapecoense quem iniciou pressionando e criando três chances em sequência. Todas, porém, desperdiçadas, ou pela intervenção de falta ou pela má precisão dos comandados de Claudinei Oliveira. Aos poucos, o jogo foi se equilibrando, principalmente após a entrada de Danilo, que prendeu mais a bola no setor ofensivo. Ainda assim, ninguém balançou as redes, nem Pedrinho, que por pouco não abriu o placar em uma bicicleta.
Agora, ambos os times terão a semana cheia para treinar antes do último compromisso pelo Campeonato Brasileiro em 2018. Na Arena do Grêmio, o Corinthians terá pela frente o Tricolor gaúcho no próximo domingo, enquanto na Arena Condá a Chapecoense recebe o São Paulo. Por se tratar da última rodada, todos os jogos estão marcados para o mesmo horário, 17h (de Brasília).
Quem esperava um início de partida cauteloso por parte dos dois times se surpreendeu com a intensidade imposta tanto por Corinthians quanto por Chapecoense nos primeiros minutos, na Arena de Itaquera. Enquanto os donos da casa tinham a posse da bola e controlavam as ações ofensivas com muita cautela, principalmente pelos lados do campo, os catarinenses apostavam em duas armas: o contra-ataque e a bola parada.
E foi com a bola nos pés, logo aos dois minutos, que o Corinthians criou a primeira chance de gol da partida. Após boa jogada de Pedrinho, Carlos Augusto recebeu do lado esquerdo e cruzou rasteiro para Mateus Vital. O camisa 22, porém, não conseguiu um arremate preciso e a bola foi fraca até as mãos de Jandrei. Na sequência, a resposta da Chapecoense foi com Leandro Pereira, que conduziu a bola para o meio e, de fora da área, chutou nas mãos de Cássio.
Se os primeiros minutos foram de dois times mostrando suas alternativas ofensivas, o decorrer do primeiro tempo deixou clara a falta de repertório para superar as defesas adversárias. Prova disso foram as poucas chances efetivas e a supremacia das defesas em relação aos ataques. Em uma boa saída, aos 13 minutos, a Chape até conseguiu um ataque bem construído, mas o cruzamento de Canteros foi desviado por Henrique.
Os chutes sem direção, inclusive, foram a tônica da segunda parte do primeiro tempo. Primeiro, Pedrinho errou o alvo em rebote de uma cobrança de falta. Depois, tanto Diego Torres, pelo lado da Chape, quanto Henrique, pelo lado Alvinegro, tentaram surpreender, mas pecaram na precisão.
Com Romero como referência, o Corinthians encontrou muitas dificuldades para finalizar as jogadas e, além de pouco assustar Jandrei, ainda viu a Chapecoense se sobressair no aspecto tático, utilizando as costas dos laterais alvinegros para criar jogadas de perigo. Foi assim que Leandro Pereira, em duas chances consecutivas, quase vazou a meta de Cássio, ambas em bolas alçadas para a área.
No primeiro lance, aos 30 minutos, Leandro Pereira subiu mais que a zaga corintiana e testou firme, mas com pouca força e a bola ficou nas mãos de Cássio. Depois, aos 44, na melhor chance do primeiro tempo, Wellington Paulista cruzou na área, e novamente o camisa 90 se sobressaiu, mas cara a cara com Cássio cabeceou para fora.
Depois de ir para o intervalo sofrendo já nos acréscimos a melhor chance do primeiro tempo, o Corinthians voltou para a segunda etapa sem a mesma concentração e organização defensiva de outrora e passou a sofrer com as estocadas ofensivas da Chape. Na primeira delas, logo aos cinco minutos, Wellington Paulista tentou cruzar, mas a bola ganhou efeito e quase surpreendeu Cássio. Na sequência, aos seis, quem perdeu foi Leandro Pereira, que testou para fora. E, por último, que perdeu foi Canteros, que errou o alvo em chute de fora da área.
Aos poucos, o domínio inicial da Chapecoense foi cessando e, consequentemente, o Corinthians passou a equilibrar o jogo. Entretanto, nem a igualdade no aspecto tático do jogo mudou o panorama de chances, com ambos os times permanecendo presos no setor do meio-campo e criando pouco perigo aos goleiros.
A falta de efetividade ofensiva do Corinthians ficou perceptível para a torcida, que passou a entoar o grito pedindo a entrada de Danilo, atendido por Jair Ventura aos 19 minutos. Mas quem quase brilhou, no minuto seguinte a entrada do camisa 20, foi o jovem Pedrinho, que aproveitou o cruzamento de Vital, emendou uma bicicleta e, por muito pouco, não abriu o placar.
Sem conseguir criar, Jair Ventura voltou a apostar no banco de reservas, promovendo as entradas de Emerson Sheik e Rafael Bilu, estreante do dia. Nenhum dos dois, porém, conseguiu fazer a diferença, assim como nenhuma das duas equipes, que deixaram a Arena Corinthians em igualdade, empatadas em 0 a 0.