O professor Philip Martin Fearnside, integrante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2007 e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), proferiu a palestra intitulada “Bioética Ambiental: modelagem dos cálculos referentes às pequenas centrais hidrelétricas [PCHs] e usinas hidrelétricas [UHEs] e seus impactos externos” no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O pesquisador aborda questões ambientais no bioma amazônico desde 1974. Em seus estudos, defende que o impacto dessas obras é irreversível e afeta consideravelmente o ecossistema. “Com a derrubada de árvores e mata nativa, um dos aspectos mais primordiais afetados é o regime de chuvas, um elemento vital para florestas como a amazônica. Nessa perspectiva, sugere-se considerar outras fontes de energia elétrica mais sustentáveis”, pontuou.
Para o diretor da faculdade, professor Saul Tibaldi, a atividade representou um passo para a consolidação da internacionalização da área. “A questão é concernente à realidade regional, e a interlocução por iniciativa de um núcleo de pesquisa da nossa faculdade fortalecem novas perspectivas para os estudantes de graduação e pós-graduação”, prosseguiu.
Conforme o diretor da Fundação Escola Superior do Ministério Público de Mato Grosso (Fesmp), Joelson de Campos Maciel, a parceria com o setor acadêmico é fundamental para responder as questões da sociedade. “Articulações com a UFMT possibilitam partilhar conhecimentos para sensibilizar a sociedade em relação às questões das hidrelétricas que, além do impacto ambiental, podem ocasionar impacto social”, disse.
Na visão da coordenadora da atividade e do Núcleo de Pesquisa e Estudos Científicos sobre Vulnerabilidade (NECV), professora Amini Haddad, o evento também promoveu a interface entre distintas áreas do conhecimento. “Impactos como os apresentados aqui devem ser considerados em todas as suas dimensões, por isso é imprescindível que diversas áreas pesquisem e participem ativamente das reflexões”, observou.
A estudante do sétimo semestre de Engenharia Florestal, Manoelly Carla Meyer, comentou a expectativa acerca da atividade. “Oportunidades como esta são únicas e espero aprender muito, principalmente sobre a Amazônia, que é uma floresta que devemos proteger e, encontrar subsídios, conhecimento para alertar a sociedade”, afirmou.
Também estiveram presentes na ocasião o presidente da Academia Mato-grossense de Letras, Sebastião Carlos Gomes de Carvalho, o analista da secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema), os coordenadores de Engenharia Química do câmpus de Várzea Grande, professora Úrsula Rodríguez, e de Engenharia Elétrica, professor Danilo Souza, e o professor Valério Mazzuolli.
A informação é da assessoria da universidade.