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Piloto de avião que foi resgatado após 3 dias na mata é transferido para hospital em Sorriso

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Só Notícias/Cleber Romero (fotos: reprodução)

O piloto Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, foi transferido, ontem à tarde, do Hospital Regional de Peixoto de Azevedo (197 quilômetros de Sinop)- para uma unidade particular em Sorriso. As informações foram confirmadas pela noiva dele, Rebeca Razzaboni Freitas, ao Só Notícias. “Foi uma opção médica por ter mais recursos neste hospital. Ele está em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas apenas por segurança porque teve queimadura e requer mais cuidados. Pelo quadro e os dias que ficou no mato é necessário esse tratamento. Ele não está precisando de oxigênio. Está na UTI só para recuperação. Está sendo feito uma bateria de exames. O boletim correto do estado de saúde dele será divulgado ainda hoje, mas no geral está estável e respondendo bem”, explicou.

Maicon foi encontrado na quarta-feira pelas equipes de buscas deitado às margens de um rio, debilitado e com algumas queimaduras no braço e no rosto devido ao fogo que houve no avião modelo Neiva EMB-201A, que caiu e pegou pegou fogo em uma floresta no distrito de União do Norte – Peixoto de Azevedo, no último sábado. Ele estava a cerca de 1,5 mil metros dentro da mata.

Ontem, o clínico geral do Hospital Regional de Peixoto, José Agnaldo Paranhos Solto disse, em entrevista, ao Só Notícias, que o piloto não resistiria mais um dia na floresta onde foi resgatado. “Chegou muito debilitado e desidratado com múltiplas lesões nos membros superiores e no rosto causadas tanto pela explosão quanto do sol. Apresentava algumas lesões de necrose do tecido. Se ele tivesse sido encontrado hoje estaria morto. Provavelmente não aguentaria passar mais uma noite na mata. A função renal dele já estava bastante comprometida. Chegou com a creatinina elevada, sinal de desidratação e insuficiência renal. Se continuasse na mata, no máximo de 6 a 8 horas entraria em choque e seria muito difícil reverter a situação”, explicou o médico.

De acordo com os bombeiros de Colíder, que participaram das buscas relataram que Maicon sobreviveu comendo bolachas. Os militares também contaram que Maicon conseguiu notar, instantes antes da queda, que havia uma estrada próxima da mata e relatou ter usado o celular, mas a bússola indicava um caminho reto pela floresta. Com queimaduras no rosto e braços, ele caminhou pela floresta fechada e relatou, instantes após ter sido encontrado, que era impossível fazer o deslocamento em linha reta, já que é preciso contornar árvores e cipós. Nessas voltas ele se perdeu, não encontrou a estrada e andou muito mais do que esperava andar.

O proprietário do avião agrícola Neiva EMB-201A, Nelcir Mauro Formehl, confirmou que a aeronave estava sendo levada para ser avaliada em uma possível venda em Alta Floresta, mas acabou caindo e pegando fogo. Segundo consta no Registro Aeronáutico Brasileiro, a aeronave estava com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) cancelado. O procedimento não havia sido renovado desde setembro de 2010. “Esse avião foi comprado no ano passado e foi feita toda a revisão dele, mas não havíamos lançado ainda no sistema [da Anac]. Estava parado no Rio Grande do Sul, mas fizemos todas as revisões. Ele estava sendo levado para um possível comprador. Era um translado para venda”, explicou Nelcir Formehl.

A versão investigada é que Maicon decolou com o avião de Porto Nacional (TO) e seguiria até Alta Floresta. Ele faria duas paradas para abastecer em Confresa e, depois, seria em Matupá (próximo do local onde houve a queda). Após isso, seguiria a Alta Floresta, mas acabou caindo com a aeronave na região de Peixoto.

(Atualizada às 8h26)

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