Policiais federais prenderam, há pouco, o ex-ministro da Agricultura Neri Geller (PP), deputado federal eleito por Mato Grosso, o vice-governador de Minas Gerais e também ex-ministro da Agricultura do governo Dilma, Antonio Andrade e o empresário Joesley Batista, sócio da JBS, acusados de lavagem de dinheiro, na Operação Capitu – nova fase da Lava Jato- e pagamento de propina por parte da empresa. O executivo da empresa, Ricardo Saud, delator do esquema, também foi preso bem como outro executivo da empresa Demilton de castro. Outros presos é o deputado estadual por Minas, João Magalhães (MDB).
O advogado de Neri Geller, Flavio Barra, acaba de confirmar ao Só Notícias, que houve a prisão mas que não ocorreu em Lucas do Rio Verde (onde o deputado eleito reside), que o mandado é temporário (5 dias) e, ao que tudo indica, não será levado a Minas Gerais onde a PF comanda a operação. “Não temos conhecimento dos motivos ensajadores da prisão e tão logo tomarmos conhecimento vamos nos manifestar”, disse.
A Polícia Federal de Mato Grosso confirmou, ao Só Notícias, que Geller foi preso em Rondonópolis.
O advogado mato-grossense Rodrigo Figueiredo também está entre os presos. Rodrigo foi ex-secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura no Ministério da Agricultura assumindo em 2013. Ainda não foi divulgada qual a acusação contra Rodrigo que também foi chefe do Escritório de Representação de Cuiabá, em Brasília durante, gestão do ex-prefeito Mauro Mendes (DEM). Não foi confirmado em qual cidade Rodrigo foi preso.
Foram expedidos 19 mandados de prisões temporárias (10 já foram cumpridos) e 63 de buscas e apreensões em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
A polícia investiga sobre supostos pagamentos de propina por parte da JBS para servidores públicos e políticos que atuavam direta ou indiretamente no ministério da Agricultura em 2014 e 2015, quando Antonio Andrade era ministro, no governo Dilma para aplicar medidas que beneficiassem a JBS, em detrimento dos concorrentes do grupo. Segundo a PF, a JBS teria pago R$ 2 milhões, por exemplo, pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões pela proibição de um remédio para parasitas de longa duração”. A PF informa que em maio deste ano foi aberto inquérito, baseado em declarações prestadas pelo doleiro Lúcio Bolonha Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam, direta ou indiretamente, no ministério. A Polícia Federal também apurou doações oficiais feitas por empresas vinculadas e administradas por um empresário do ramo de supermercados, nas eleições de 2014, de quase R$ 8,5 milhões. E que teria havido também, por parte do grupo empresarial, o financiamento ilegal de campanha de um deputado federal para a presidência da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha), em troca de atendimento dos interesses corporativos do grupo no ministério, sendo de R$ 30 milhões o valor solicitado para tal financiamento. Desse total, o deputado teria destinado R$ 15 milhões a um deputado Federal mineiro de seu partido.
Neri Geller entrou no ministério em 2013 como secretário Nacional de Política Agrícola. Em seguida, foi nomeado ministro em março de 2014, durante o governo de Dilma, sucedendo Antonio Andrade que saiu para disputar as eleições. No atual governo, de Michel Temer, Neri foi convidado pelo ministro Blairo Maggi e voltou a ser secretário de Política Agrícola, deixando o cargo em abril para disputar as eleições e foi eleito, mês passado, deputado federal por Mato Grosso.
(Atualizada às 06:53 – 07:11h – 07:18h – 07:28h – 08:34h – 09:26h – 10:07h)