Os dois principais suspeitos de assassinarem Paulo Lodi Rossini, 63 anos, irão a júri popular. A decisão de pronúncia é da Justiça Criminal de Sinop e foi proferida nove anos após o crime, que aconteceu em maio de 2009, em uma propriedade rural, na Gleba Mercedes.
Consta no processo que a vítima foi morta a pauladas. Uma testemunha contou que um dos réus era dono de um sítio e contratou Paulo para trabalhar no local. Segundo esta versão, o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) teria ido até o imóvel e, em seguida, dado titulação do lote para a vítima. Inconformado com a decisão, o dono do sítio teria contratado o outro réu para matar Paulo.
Em depoimento, o homem confessou o crime, porém, alegou motivação diferente. Ele alegou que vendeu porcos à vítima, que ainda o teria ameaçado com uma espingarda. Por tal razão, pegou um pedaço de madeira e atingiu Paulo com vários golpes. Em seguida, enterrou o corpo no local. O homem ainda afirmou que cometeu o homicídio sozinho.
Já o dono da propriedade não foi ouvido pela Justiça. À polícia, porém, confessou o crime e disse que mataram Paulo com cerca de cinco golpes de madeira.
“Com efeito, há fortes indícios de que os acusados teriam praticado o crime mediante promessa de recompensa, qual seja, obter a posse do terreno em que a vítima morava. Ainda, verifica-se pelos meios probatórios, que o crime fora cometido, em tese, por meio de emboscada, tendo os acusados no dia anterior, supostamente, se dirigido para a residência da vítima, oportunidade em que se esconderam em um matagal próximo, aguardando o melhor momento para atacá-la”, consta em trecho da decisão judicial.
Os réus irão a júri popular por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Também responderão por ocultação de cadáver. Os dois aguardam o julgamento em liberdade e ainda podem recorrer da decisão.
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