A prefeita Rosana Martinelli (PR) não mostrou disposição em atender pedido dos vereadores para cancelar ou adiar a licitação orçada em R$ 9,9 milhões, que devem ser aplicados em dois anos, para fazer adequações no trânsito, que incluem, entre outras ações, a instalação de 48 radares de velocidade e de 20 câmeras de segurança, conforme Só Notícias informou em primeira mão. A prefeita defendeu as medidas para reduzir a velocidade média nas vias municipais, disse que tudo está embasado em estudos técnicos confiáveis e revelou que a aquisição de novos semáforos já está em fase de licitação.
“O intuito é preservar vidas. [Gastar] R$ 4,5 milhões por ano [com aluguel dos radares] é um valor considerável, mas se você levar em conta que gastamos cerca de R$ 10 milhões ao ano com acidentados só na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), justifica o investimento na redução do limite de velocidade não travando as ruas de Sinop”, defendeu.
Em resposta à sugestão dos vereadores de instalar novos semáforos, sem falar em valores e quantidade, Rosana revelou que a prefeitura trabalha na aquisição de equipamentos e adiantou que a avenida das Acácias deve ser contemplada, que a avenida dos Tarumãs e das Figueiras devem receber dois sinais de trânsito cada uma, e que o cruzamento da avenida Júlio Campos com a avenida das Itaúbas, perto da catedral, também receberá um semáforo. “As rotatórias funcionaram por um certo tempo, mas em alguns locais podem ser colocados semáforos”, afirmou a prefeita.
O secretário municipal de Trânsito e Transportes Urbanos, Mauro Garcia, explicou que a locação dos equipamentos visa diminuir a velocidade média dos veículos em Sinop. A intenção não é multar os motoristas, tanto que o plano é isentar as notificações nos 30 primeiros dias. “Não queremos multar ninguém. Queremos que as pessoas diminuam a velocidade, que parem de falar ao celular, enfim, que cumpram a legislação”, garantiu ao Só Notícias.
Uma das justificativas apresentadas por Mauro foi o aumento de mortes no trânsito este ano, mesmo que o número de acidentes tenha baixado. De janeiro a setembro de 2017, a secretaria registrou 1823 acidentes, contra 1605 no mesmo período deste ano. O problema é que o número de mortes subiu de 23 para 30 no comparativo entre os dois anos. A situação atribuída à alta velocidade dos veículos, o que causa mais acidentes fatais.
O estudo encomendado pela secretaria de Trânsito, que utilizou radares móveis para aferir a velocidade nas principais avenidas e que dividiu as análises em grupos de 85% para a menor média e de 15% para a maior, revelou médias de velocidades absurdas para uma área urbana. Toda a aferição foi feita durante o dia, quando o tráfego é mais intenso.
Na avenida dos Tarumãs, 85% dos carros trafegaram a uma média de 42 km/h enquanto os 15% mais velozes tiveram média de 88 km/h. No cruzamento das avenidas Joaquim Socreppa com Sibipirunas, a menor média foi de 42 km/h e a maior foi de 97 km/h. Nas avenidas das Palmeiras, Bruno Martini e Flamboyants a maior média foi superior a 100 km/h, sendo que no cruzamento das avenidas Itaúbas com Flamboyants a média máxima chegou a 125 m/h.