O consumo de energia elétrica em Mato Grosso cresceu 2,9% este ano, até setembro. Nesse intervalo foram demandados 6,7 milhões de megawatts-hora (MWh) de energia elétrica, ante 6,5 milhões MWh nos 9 primeiros meses de 2017. Linha ascendente também é traçada para a geração de eletricidade no Estado, que avançou de 14,3 milhões de MWh em 2017 para 15,9 milhões de MWh, alta de 11,2% pelo comparativo da geração acumulada de janeiro a setembro.
Um levantamento realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) a pedido do jornal A Gazeta aponta que a partir de julho o consumo de energia se manteve progressivo, apesar da vigência desde junho da bandeira vermelha no patamar 2. Este é o nível mais alto no sistema de bandeiras tarifárias implantado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e prevê que a cada cem quilowatts-hora (kWh) consumidos sejam cobrados R$ 5 a mais na fatura de energia elétrica. No ano passado, a bandeira vermelha no patamar 2 foi acionada por apenas 2 meses, em outubro e novembro.
Em junho o consumo de energia elétrica em Mato Grosso alcançou 692,6 mil MWh e subiu para 795,4 mil MWh em julho. A alta foi contínua e chegou a 834,7 mil MWh em agosto e encerrou setembro com demanda mensal de 838,8 mil MWh.
De acordo com o conselheiro do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica (Concel), Teomar Magri, historicamente o consumo de eletricidade é maior em Mato Grosso no 2º semestre de cada ano, quando os termômetros chegam a marcar 40 graus. “Quando comparamos os meses de maior consumo e marcados por mais calor e baixa umidade – julho, agosto e setembro – em relação aos meses que antecedem a este período, pode haver aumento de até 30% na conta de energia, principalmente nas classes residencial e comercial. Após início do período chuvoso, em outubro a tendência é de se voltar ao consumo normal”, considerou Magri.
Durante o 1º semestre a manutenção das chuvas até abril ou maio, combinada com as temperaturas mais baixas do outono e inverno, favorecem a variação no consumo energético.
Nos 6 primeiros meses deste ano, o período de maior consumo de eletricidade foi em março, quando chegou a 769,9 mil MWh em Mato Grosso. Movimento semelhante de oscilação na demanda também foi detectado em 2017.
De acordo com as informações repassadas pela CCEE, no 1º semestre do ano passado foram consumidos 746,5 mil MWh de energia em maio, recorde para o período. No semestre seguinte a demanda chegou a registrar a maior alta em setembro, com 870,1 mil MWh, numa evolução contínua desde junho, quando foram demandados 703,8 mil MWh.
Além da influência do clima, o comportamento da economia reflete no consumo energético, complementa Magri. “A economia ainda está em recuperação este ano”.
Ao falar sobre a perspectiva do custo da energia elétrica para os consumidores brasileiros nos próximos 2 meses, avalia que a tendência é de manutenção da bandeira tarifária no patamar mais alto. Conforme observa ele, o sistema de bandeiras tarifárias leva em consideração a expectativa de chuvas em relação a média histórica e principalmente o nível de armazenamento de água nos grandes reservatórios das usinas hidrelétricas do país.
Nos últimos dias, o nível de água nos reservatórios oscilava entre o mínimo de 21,3% no sistema Sudeste/Centro Oeste e máximo de 55,7% no Sul, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).