Projeta-se que até 2022, Mato Grosso produzirá mais milho que do que soja, dado que reforça o otimismo do setor de biocombustíveis, que vive o boom da produção do etanol de milho. Segundo o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso(Sindalcool), Jorge dos Santos, projeta-se colher 30 milhões de toneladas de milho em 2018, em Mato Grosso, sendo que destes, 1,5 milhão são destinados para a produção de etanol e 4 milhões para a alimentação animal direta.
“Em Mato Grosso, somente este ano foram produzidos 30 milhões de granéis de milho e exportados 17 milhões, fora os 8 milhões enviados ao mercado interestadual, principalmente Sul e Nordeste, além do que se consumiu internamente, cerca de 4,5 milhões de toneladas, já computados o consumido com etanol. Em um futuro próximo, a previsão é que quando tivermos atingido 50 milhões de litros de etanol, estaremos produzindo 50 milhões de toneladas de milho só em Mato Grosso”, frisa.
No Estado, com o milho produzido, tem-se como produto o DDG (grãos de destilaria para alimentação animal com elevado teor em energia e fósforo obtido durante a produção de etanol), e como subproduto o etanol. “Defendemos que é melhor transportar 300 kg de DDG do que uma tonelada de milho”, explica. Segundo Jorge, uma tonelada de milho produz em média 200 kg de DDG, que vai direto para a alimentação e 400 litros em média de etanol por tonelada de milho. “Isso em um processo rudimentar. Se falarmos em processos mais modernos, ele já chega a 400 kg de DDG por tonelada com poder proteico de até 50%. Veja que é um produto tão bom quanto a soja, porém com um preço infinitamente mais barato”, afirma.
O presidente da União Nacional dos Produtores de Etanol de Milho, Ricardo Tomczyc, destacou ainda que a produção de etanol de milho vai trazer ao Brasil uma situação semelhante ao que ocorreu nos EUA: um grande incentivo para produção de carne, com aumento de eficiência significativo na produção de carne bovina, suína, frangos e peixes em Mato Grosso.
O assunto também fez parte das discussões do I Workshop do Setor de Combustíveis de Mato Grosso, promovido pelo Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso), em conjunto com o Sindalcoole Sindibio (Sindicato das Indústrias do Biodiesel de Mato Grosso).